segunda-feira, 2 de julho de 2007

Motoristas e cobradores mantém greve mesmo com ameaças e atropelamentos

O primeiro dia de greve dos motoristas e cobradores foi marcado por confronto das empresas de ônibus contra os trabalhadores. Após liberarem apenas 30% da frota, atendendo à legislação, os grevistas se recusaram a colocarem mais ônibus em circulação e se concentraram em frente às garagens em manifestação. Inconformadas com a paralisação, as empresas utilizaram outros veículos para tentar atropelar os manifestantes.

Na empresa Rio Madeira por pouco não aconteceu uma tragédia. Um dos gerentes da empresa avançou em alta velocidade com uma caminhonete Toyota em direção aos trabalhadores em greve, que se concentravam no portão da garagem, freando bruscamente e atingindo vários deles. A guarnição da Polícia Militar, que estava no local, deu voz de prisão ao condutor do veículo e o recolheu à Central de Polícia para registro de ocorrência.

Na empresa Três Marias ocorreu outro incidente com um ônibus da manutenção conduzido por um mecânico. Ele teria recebido ordens da empresa para ir em direção aos manifestantes, e acabou atingindo violentamente um veículo que estava no local. A Polícia Militar interveio na hora, detendo o mecânico por colocar em risco a vida de terceiros. Apesar das ações da empresa, os trabalhadores mantiveram a greve.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores (SITETUPERON) recebeu várias denúncias de que, após a decretação da greve, a Empresa Três Marias estava pressionando os motoristas e cobradores a assinarem um abaixo-assinado contra a greve, o que caracteriza assédio moral coletivo e desrespeito à Lei de Greve. Para apurar a denúncia, dirigentes do Sindicato estiveram na empresa neste domingo e ao tentarem fotografar a lista com um celular, um representante da empresa derrubou o aparelho e houve uma grande confusão, que resultou no registro de uma ocorrência policial.

A expectativa do Sindicato é a de que as empresas reabram imediatamente as negociações sobre os cinco pontos que causaram a greve: manutenção da função e do número de cobradores; reajuste de 7%; salário de motorista de microônibus igual ao de motorista convencional; respeito à jornada de trabalho nos horários de maior movimento (pico) e aumento no repasse para assistência médica.

O presidente do SITETUPERON, José Ribamar, afirma que “mesmo com as ameaças e intimidações vamos manter a greve até que haja um acordo”.

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