sábado, 28 de julho de 2007

Vivo está perto de comprar a TelemigForte rumor fez Bovespa suspender venda de ações das empresas; esclarecimentos apontam negociaçõesANA

PAULA PEDROSA - A Vivo confirmou ontem que é candidata à compra da Telemig e da Amazônia Celular. Em comunicado ao mercado a empresa afirmou que participa do processo de venda do controle da Telemig Celular Participações e da Tele Norte Celular Participações (Amazônia Celular), mas negou que o negócio tenha sido concluído. A operadora garantiu que, caso a compra seja efetivada, "serão prestadas as informações pertinentes nos termos da lei."


comunicado, assinado pelo diretor-presidente da empresa, Roberto Oliveira de Lima, foi enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) depois que foi noticiada que a venda da empresa mineira e da Amazônia já estava fechada. Para o cliente, a venda da Telemig não deve trazer grandes modificações. A nova controladora da empresa assumiria a base de clientes e passaria a oferecer seus próprios planos e serviços. No início da manhã, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) suspendeu a negociação de ações da Telemig Celular e da Amazônia Celular aguardando o posicionamento das partes envolvidas.

Às 12h38 a Vivo enviou o comunicado e os negócios com os papéis das duas companhias foram retomados às 13h. Pouco antes das 16h, a Telpart, controladora da Telemig e da Amazônia Celular, enviou comunicado ao mercado no qual afirma que "está promovendo um processo competitivo amplamente divulgado para avaliar oportunidades de desinvestimento relacionado às suas controladas."

No mesmo comunicado, a companhia diz que não confirma nem nega rumores de mercado e garante que a decisão de venda não foi tomada e se compromete a "informar o mercado e os órgãos competentes assim que houver qualquer definição com relação a esse fato." A nota é assinada pelo diretor de relações com investidores, Alberto Ribeiro Guth. Telemig e Amazônia enviaram comunicados com conteúdo semelhante ao da Telpart, assinados pelo diretor de relações com investidores das duas companhias, Oscar Thompson.

A notícia do possível negócio entre as empresas de telefonia celular valorizou os papéis das três companhias envolvidas. Em um dia em que a Bovespa caiu 1,8%, as ações da Telemig subiram 4,76% (ordinárias) e 1,91% (preferenciais). As da Amazônia valorizaram 10,65% (ordinárias) e 14,58% (preferenciais) e os papéis da Vivo subiram 0,36% (ordinárias) e 4,78% (preferenciais).

Propostas Em junho a Telpart recebeu propostas de compra das duas empresas que controla. De acordo com o mercado, além da Vivo, Claro e Oi também estão na disputa. O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, avalia que as duas primeiras são as candidatas mais fortes. Para a Vivo, a compra da Telemig significaria a entrada no mercado de Minas, um dos poucos onde a operadora não atua, e a consolidação da liderança no mercado nacional. Para a Claro, a compra das duas operadoras valeria o primeiro lugar no ranking.

Juntas, Telemig e Amazônia têm 4,83 milhões de clientes, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o equivalente a 4,53% do mercado. A Vivo, que aparece em primeiro, tem 30,24 milhões de clientes, ou 28,35% do bolo, seguida pela Tim com seus 27,5 milhões de clientes (25,78% do total). A Claro é a terceira colocada, com 24,61% do mercado, ou 26,25 milhões de usuários.

Empresa quer barrar leilão para novas concessões
A Telemig Celular entrou com uma ação contra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para tentar impedir a realização do leilão das sobras do Serviço Móvel Pessoal (SMP). A realização do leilão foi decidida em reunião do conselho diretor do órgão regulador há duas semanas e vai permitir a entrada de uma nova operadora em Minas. A concorrência seria aberta a empresas que não atuam no Estado, sendo a Vivo uma concorrente praticamente isolada, por ser a única grande operadora que não está presente em Minas.

O edital deveria ter sido publicado na última terça-feira, mas até ontem ainda não tinha sido divulgado. De acordo com a Anatel, o atraso se deve a uma viagem do presidente da Agência, Ronaldo Sardenberg, que não pôde assinar o edital. Ele retornou a Brasília na quinta-feira e e expectativa é que o edital saia na próxima semana. A Telemig confirma a ação, mas não comenta o processo.

A ação contestaria as mudanças no Plano de Autorizações da Anatel, que permitiram a entrada da quinta concorrente no Estado. Para o presidente da Teleco e consultor de telecomunicações, Eduardo Tude, a intenção da Telemig é retardar a entrada a Vivo em Minas e assim valorizar a empresa numa possível venda. De acordo com ele, a operadora mineira vem perdendo valor no mercado. Em 2005 a Claro, que se interessava em comprar a Telemig para entrar no mercado mineiro, conseguiu autorização da Anatel para atuar no Estado. Na época, a Telemig conseguiu, por meio de liminares, retardar a entrada da competidora, alegando participação cruzada no controle acionário das duas empresas. (APP)

Fatia em Minas Gerais é cobiçada desde 2004
Desde 2004 a Telemig Celular é cobiçada pelas concorrentes. Até o final de 2005 a empresa seria a porta de entrada para as duas gigantes nacionais que ainda não atuavam no Estado, a Claro e a Vivo. Além das duas, a Telemar, atual Oi, e Tim também já foram apontadas como possíveis compradoras, para consolidar sua base de clientes. Quando em 2004 a Telemig escolheu o sistema GSM para migrar, em detrimento do CDMA, que a Vivo operava então, o mercado avaliou que a Claro estava mais perto de efetivar a compra.

No ano seguinte, a Claro entrou em Minas com autorização da Anatel e em 2006 a Vivo migrou para o GSM, o que, segundo as especulações, reaproximou Vivo e Telemig. Em 2004 a Telemig tinha 2,78 milhões de clientes, que representavam 43% dos 6,45 milhões de mineiros com celulares. Hoje a Telemig ainda é a líder do mercado, mas seus 3,55 milhões de clientes representam 30,43% dos 11,65 milhões de celulares ativos no Estado.(APP)

Anatel amplia direitos do consumidor de telefonia móvel
BRASÍLIA – Em janeiro do próximo ano entram em vigor novas regras da telefonia celular, que reforçam as obrigações das operadoras e ampliam os direitos dos usuários. Uma das novidades é que os créditos não utilizados de celulares pré-pagos, que representam 80% do total de aparelhos em funcionamento no país, serão revalidados a cada nova recarga. “Ao inserir novos créditos é como se os anteriores ressuscitassem”, explicou o conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), José Leite Pereira Filho.

Além dos atuais cartões, que têm créditos com validade de 90 dias, as empresas serão obrigadas a oferecer cartões com prazo de validade de 180 dias. O novo regulamento foi anunciado ontem pela Anatel, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços e a relação entre operadoras e clientes. A medida vai beneficiar 106 milhões de clientes da telefonia celular. Outro benefício que as novas regras trarão para o consumidor é a garantia de que os valores cobrados indevidamente nas contas de telefone terão que ser devolvidos em dobro, com juros e correção monetária.

Esta devolução poderá ser feita na próxima conta, no caso dos celulares pós-pagos, ou em créditos, para os pré-pagos. As operadoras terão ainda que parcelar o pagamento das ligações que forem cobradas com atraso de 60 dias. Antes, esse prazo era de 90 dias. A Anatel quer atacar também um dos maiores problemas denunciados aos Procons: o mau atendimento, principalmente quando é feito pelo telefone, nos call centers das empresas. Até 2010 as operadoras serão obrigadas a abrir 1.000 novas lojas de atendimento pessoal ao consumidor e outras 800 dessas lojas até 2012.

Pelo novo regulamento, as operadoras terão que manter nas lojas quadros bem legíveis com a lista de direitos do usuário. Outra medida prevê que os clientes poderão ficar com o mesmo número de celular, se, eventualmente, mudarem de plano de serviço dentro da mesma operadora – do pós-pago para o pré-pago, por exemplo. Se o cliente trocar de operadora, a empresa antiga terá que informar o novo número pelo prazo de 60 dias.

A portabilidade plena, que permite ao cliente continuar com o número de telefone mesmo mudando de operadora virá somente em 2009. Quando o cliente quiser cancelar o serviço, a empresa terá 24 horas para desativar o celular. Hoje, não existe esse prazo, e há casos em que o cancelamento demora meses. Se a empresa não cumprir o prazo, isso será considerado falta grave, e ela poderá ser multada. (Agência Estado)

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