segunda-feira, 30 de julho de 2007

FAB renova equipamentos e contrata controladores

A Aeronáutica está renovando os equipamentos do Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo) de Curitiba (PR). Numa segunda fase, também o Cindacta de Recife será renovado. Simultaneamente, está em andamento um processo de seleção de 160 novos controladores de vôo. Abertas em 17 de julho, as inscrições vão até 8 de agosto.

Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso (foto), diretor-geral do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), a troca de equipamentos não se deve a deficiências no funcionamento. Ele diz: “Os equipamentos são instalados com expectativa de uso de aproximadamente 10 anos. Nós temos dois sistemas que estão na hora de trocar: o de Curitiba fica pronto em outubro deste ano. A substituição do de Recife começa a partir do término do serviço feito em Curitiba, de modo que aquele esteja pronto em outubro do ano que vem”.

O brigadeiro prossegue: “Em relação aos radares, todos estão em ordem. Estamos fazendo a última modernização para prorrogar o tempo de vida deles por mais 10 anos. Na parte de comunicação, estamos substituindo alguns equipamentos, que estão chegando próximo desse limite de vida útil de 10 anos”.

O diretor-geral do Decea concedeu entrevista ao boletim “Em Questão”, da presidência da República. Ele afirma que os atrasos que ainda conturbam a rotina dos aeroportos não decorrem de deficiências no controle de tráfego aéreo. Mas, a certa altura da entrevista, o brigadeiro termina por reconhecer que, mercê do crescimento do mercado de aviação civil, há um espaçamento maior entre as autorizações de decolagem.

“Temos condições de controlar todos os vôos que queiram ser realizados no nosso espaço aéreo no que se refere a consoles, radares, sistemas de comunicação”, diz Borges Cardoso. “Nossa limitação é no número de controladores que conseguimos pôr em operação simultaneamente. E isso faz com que haja espaçamento de vôos”.

Daí a decisão de reforçar o quadro de controladores. No portal do Comando da Aeronáutica encontra-se disponível a portaria com as instruções para o próximo exame de admissão para a carreira de controladores. Podem concorrer civis e militares. Homens e mulheres. O salário é de R$ 1.816.

As provas escritas serão feitas em 30 de setembro. Depois, haverá exames de aptidão psicológica e de saúde. Descritas num documento específico, as instruções para o teste de saúde incluem um exame que indica o veto da Aeronáutica à contratação de portadores do vírus da Aids. Informa-se no texto que os pretendentes ao cargo serão submetidos a uma “pesquisa de anti-HIV.”

Antes de começar a trabalhar, os aprovados terão de fazer um curso na EEAR (Escola de Especialistas da Aeronáutica), em Guaratinguetá (SP). Só depois de um ano de treinamento, ingressarão nos quadros da Força Aérea como sargentos, especialistas em controle de vôo. Alheia à pregação em favor da desmilitarização do controle de vôo, a Aeronáutica deixa bem claro nos seus papéis que os candidatos serão submetidos a “instrução militar”.

“Visa, primordialmente, incutir no aluno uma mentalidade que o leve a aceitar, com determinação, os postulados básicos da vida militar e desenvolver elevado grau de comprometimento, devoção e entusiasmo pela Força Aérea [...]. Busca-se por meio da referida instrução sedimentar no aluno os princípios basilares da instituição –hierarquia e disciplina.”

Segundo o brigadeiro Borges Cardoso, há no Brasil 2.500 controladores em atividade, dos quais 2.100 são militares e 400 são civis. “Colocamos as pessoas que tinham comportamento inadequado fora das áreas de controle”, diz ele. Até o final de 2008, informa o brigadeiro, a Aeronáutica espera formar “aproximadamente 600 novos controladores para assumir as funções em todo o Brasil e suprir nossa necessidade atual”.

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