segunda-feira, 2 de julho de 2007

CPI contra SINTERO age na clandestinidade

A divulgação da CPI criada pelos deputados Miguel Sena (PV) e Alexandre Brito (PTC) contra o SINTERO demonstra o caráter clandestino em que os parlamentares atuam. Observação feita por técnicos legislativos que preferiram não se identificar revelam uma série de irregularidades e práticas clandestinas que ridicularizam ainda mais os deputados que querem acabar com a luta dos trabalhadores em educação. A comissão de deputados não se reúne, não aprova requerimentos, e tenta justificar sua atuação quando os parlamentares são flagrados em atitudes suspeitas, como o passeio em Brasília, em carro de luxo do advogado Luiz Felipe, investigado pela Polícia Federal.

As suspeições começam quando todo o material divulgado sobre a suposta atuação da CPI é produzido pela assessoria de imprensa do advogado Luiz Felipe Belmonte, destituído da ação da isonomia pelos servidores federais em assembléia da categoria. A visita de Miguel Sena e Alexandre Brito ao advogado milionário, na última quinta-feira, também causou estranheza em outros parlamentares.

Os questionamentos que até agora não foram respondidos pelos dois deputados são: quanto custou a viagem a Brasília, incluindo passagens, diárias, hospedagem, alimentação e traslados? Quem pagou a conta? Se a CPI fosse mesmo séria, por que o advogado não foi convocado a depor em sessão solene? Não seria mais barato uma pessoa viajar de Brasília a Porto Velho, do que dois ou três deputados viajarem de Porto Velho a Brasília? A clandestinidade com que agem os deputados da CPI reforça as suspeitas de que tudo não passa de uma manobra para tentar inviabilizar a luta do SINTERO na defesa dos filiados, e de que há um grande esquema financiado para tomar o SINTERO dos trabalhadores em educação.

A destituição do advogado Luiz Felipe do processo da isonomia teria frustrado a sua pretensão de manter indefinido o pagamento da ação. Nesse caso os servidores federais consultados suspeitam que o advogado pretenderia fazer com que a ação continuasse com um valor impagável visando manter seus créditos também em valores astronômicos. Porém, os créditos já estavam sendo negociados, enquanto os servidores não tinham sequer expectativas de receberem o que tinham direito.

O surgimento de empresas, ligadas ao advogado, interessadas em comprar os precatórios dos servidores por valores irrisórios, reforçou as suspeitas de um grande golpe. Recentemente o advogado Luiz Felipe foi denunciado em ampla reportagem da revista Época, por estar sendo investigado sob a suspeita de participação em uma tentativa de golpe contra a justiça em Brasília. O suposto golpe, segundo a revista, envolveria, ainda, o ex-senador Luiz Estevão, o ex-fugitivo Sérgio Naya e a empresa Alvoran, de Luiz Felipe, apresentada em Rondônia para tentar comprar os créditos da isonomia dos servidores federais do ex-território.

Miguel Sena e Alexandre Brito estariam agindo a serviço do advogado Luiz Felipe, o que merece uma investigação por parte do Ministério Público e requer a atuação da própria Assembléia Legislativa através da Comissão de Ética.

Assessoria

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