segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Vasco busca recuperar pontos no pleno do TJD para jogar as semifinais

Vasco vai buscar no Tribunal de Justiça Desportiva o direito de avançar à fase final da competição. Nesta terça-feira, a partir das 18h, o clube vai ser julgado no pleno do TJD porque teria escalado o meia Jéferson de forma irregular na estreia do torneio, contra o Americano, dia 24 de janeiro, em São Januário. Caso recupere os pontos, o Vasco assume o primeiro lugar do Grupo A e enfrenta o Botafogo, segundo colocado do B, na semifinal. O outro confronto seria entre Flamengo e Fluminense. Se a decisão do primeiro julgamento for mantida, as semifinais serão Flamengo x Resende e Fluminense x Botafogo.

Acompanhe o julgamento do "caso Jéferson" em Tempo Real pelo GLOBOESPORTE.COM

No primeiro julgamento, na última quinta-feira, o clube acabou sendo punido pela 4ª Comissão Disciplinar com a perda de seis pontos. Quatro auditores acataram a acusação da procuradoria do TJD contra um, que deu ganho de causa ao Vasco. Com a punição, o time da Colina passou a somar apenas cinco pontos na Taça Guanabara. Com o triunfo sobre o Madureira, no último domingo, o time chegou aos oito, mas mesmo assim acabou eliminado do primeiro turno da competição.

Na última quinta-feira, o assessor jurídico do Vasco, Luiz Américo de Paula Chaves, usou como argumento o fato de ter entregado ao delegado do jogo a liminar obtida no próprio sábado, data da estreia da equipe no Carioca. Além disso, os advogados usaram o áudio de uma entrevista do presidente da Ferj, Rubens Lopes, que garantia a escalação de Jéferson, caso o clube de São Januário obtivesse a liminar. Porém, o dirigente não afirmou que o atleta poderia ser escalado na estreia do time no jogo contra o Americano.

- O Vasco só conseguiu a liminar no sábado, fora do nosso expediente. Uma decisão judicial pode até restituir o contrato de trabalho do jogador, mas isso não é suficiente para ele estar regular. Tem de estar registrado e protocolado na Federação - afirmou Rubens Lopes, em entrevista ao jornal "O Globo".

Procurado pelo GLOBOESPORTE.COM, o assessor jurídico Luiz Américo preferiu não divulgar qual vai ser a estratégia do Vasco no julgamento no pleno. Porém, ele afirmou que vai tentar descaracterizar os votos contrários ao clube na primeira audiência no TJD.

- Não vou dar armas ao inimigo. Mas vamos contestar todos os votos divergentes. O exemplo dado no caso do Leandro Amaral não serve como antecedente. O caso sequer foi julgado no tribunal. Não pode dizer o motivo pelo qual o atleta não foi escalado no ano passado - disse o assessor jurídico, que não acredita que a classificação do Fluminense em campo vá fazer diferença na opinião dos auditores do pleno do TJD.

No primeiro julgamento, na 4ª Comissão Disciplinar, Luiz Américo ainda utilizou uma matéria publicada em um jornal carioca com uma declaração do advogado Valed Perry, membro do departamento jurídico da CBF. Para ele, que não quis questionar a decisão do TJD, a situação do meia Jéferson era legal.

- Recebemos (na CBF) a ordem da Justiça de Brasília para desvincular o atleta do Vasco. Posteriormente, veio a decisão do Tribunal Regional do Trabalho, autorizando o atleta a atuar pelo Vasco; e, posteriormente, chegou uma terceira ordem, estendendo a decisão de liberar o atleta até o julgamento do mandado de segurança na Justiça do Trabalho. Não quero discutir a decisão do tribunal, mas, para mim, o jogador estava em condição de jogo - afirmou um dos maiores especialistas em legislação esportiva no país.

O pleno do TJD é composto pelo presidente Antônio Vanderler de Lima, pelo vice-presidente Sérgio Saraiva, e pelos auditores Daniel de Marco, Jorge Antônio Augusto, Jorge Luiz Peçanha Lira, José Augusto Di Giorgio e Dr. Márcio Luiz Carvalho do Amaral. O clube precisa de quatro votos para recuperar os seis pontos perdidos e disputar a semifinal da Taça Guanabara.

Caso seja punido novamente pelo pleno, os dirigentes do Vasco ainda têm uma terceira chance de tentar recuperar os pontos perdidos. O departamento jurídico pode recorrer no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Porém, se isso acontecer, o novo julgamento precisaria ser realizado até a próxima sexta-feira. Caso contrário, a Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca, poderia ser paralisado.

- A possibilidade da competição parar existe em virtude dos prazos para os recursos serem julgados. Mas tudo isso depende do resultado do julgamento no pleno, nesta terça-feira - explicou Luiz Américo, caso o clube seja derrotado novamente no tribunal.

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