terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Bula fácil de entender



Remédios terão de vir com instruções didáticas para pacientes


Rio - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que, até o fim do ano, os medicamentos deverão vir acompanhados de duas bulas: uma com linguagem técnica, destinada a médicos, e outra voltada ao paciente, com informações mais didáticas. A bula do paciente continuará dentro da caixa do remédio, enquanto a outra será eletrônica, disponível no site de Anvisa. Os pacientes também poderão acessá-la.

Entre outras mudanças, devem ficar maiores as letras e também o espaçamento entre os parágrafos no texto da bula didática, para facilitar a leitura. As propostas de mudança estarão disponível para consulta pública até o dia 24. Alguns estudos apontam que as bulas dos remédios vendidos no Brasil são incompletas, excessivamente técnicas para o público leigo e superficiais e desatualizadas para os médicos.

Em 2008, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) constatou vários problemas ao avaliar bulas de 19 remédios (antidepressivos, calmantes, antiinflamatórios, vasodilatadores, antirreumáticos e drogas contra pressão alta e para baixar o colesterol).

Entre eles, encontrou diferenças significativas entre as informações nas bulas dos medicamentos de referência e nas de seus genéricos ou similares, embora o efeito devesse ser o mesmo. Segundo a gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Nur Shuqair, com as novas bulas não haverá mais problemas como este. “Todos terão a mesma informação técnica, o mesmo modelo de bula. Isso vai ajudar tanto a fiscalização como os profissionais que prescrevem e dispensam medicamentos, que podem se confundir com as diferenças”, afirma Shuqair.

LEI CONTRA GARRANCHO

As receitas médicas e os pedidos de exames deverão ser digitados no computador e impressos, de acordo com projeto de lei proposto pelo deputado Nilton Salomão. Segundo o texto, que será analisado pela Alerj, médicos de hospitais públicos e privados deverão imprimir as receitas com letras grandes. O deputado diz que a lei reduziria o risco de erros, já que 24% dos pacientes não sabem que medicamento foi receitado, segundo pesquisa da USP, por não entenderem a letra do médico.

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