domingo, 27 de setembro de 2009

Pajero TR4 fica mais “jovem” e potente


Pajero TR4 fica mais “jovem” e potente

Versão 2010 do utilitário 4x4 da Mitsubishi ganha linhas arredondadas e motor de 140 cv. Preço começa em R$ 65.550

Itu - “A essência é a mesma, mas o corpo mudou”. A frase do diretor de En­­genharia da Mitsubishi, Reinal­do Muratori, usada na apresentação do modelo 2010 do Pajero TR4 esta semana em Itu (SP), resume bem a reestilização aplicada ao utilitário 4x4. Pouca coisa sobrou da versão anterior. “Somente o teto”, segundo o fabricante. Do quadro de instrumentos aos faróis, tudo é novo. Mas o DNA fora-de-estrada foi mantido.

Equipado com tração 4x4 e re­­du­­zida, o utilitário esportivo chega em outubro em três versões de acabamento: GLS (manual), por R$ 65.550, MT (também manual), por R$ 68.990, e AT (automática), por R$ 71.990. Em relação à versão MT, a GLS não oferece airbag para o passageiro, freios a disco nas quatro rodas (o traseiro da GLS é a tambor) e sistema ABS (antitravamento).

 / O grafismo do quadro de instrumentos oferece boa visualização Ampliar imagem

O grafismo do quadro de instrumentos oferece boa visualização

Impressão

Indeciso no asfalto, valente na terra

A reportagem do Automóveis, Carros & Cia testou a versão automática da Pajero TR4 durante o lançamento do carro, em Itu (SP). O trecho mesclava asfalto, terra e um pouco de lama. No asfalto, mesmo com a suspensão traseira um pouco mais rígida, o carro teve um rodar macio. O motor mostrou-se silencioso em rotações mais baixas, mas gritou nas altas. Aliás, incomoda a demora na resposta da transmissão automática de quatro velocidades.

Com o pé fundo no acelerador, pedindo mais velocidade, o giro do propulsor chega a ultrapassar 5.000 rpm para, então, fazer a troca. Com isso, o motorista fica sem saber ao certo em que marcha está. Mas é na terra que o TR4 se sente à vontade. Com ângulo de ataque e de saída de 35°, ele passou com desenvoltura por obstáculos e lamaçais, com o mínimo de perda de aderência. A suspensão faz bem seu trabalho. A direção hidráulica ajuda bem em manobras e a posição de dirigir é alta e agradável para este tipo de carro.

O jipe de entrada da Mitsubishi, fabricado em Catalão (GO), rejuvenesceu com as linhas mais arredondadas e modernas. Um conjunto óptico único substitui os discutíveis faróis circulares separados. O para-choque dianteiro agora invade a grade e o logo da marca no centro está mais destacado. Capô e o para-choque traseiro também receberam novos contornos. As saídas de ar do motor mudaram para cima dos para-lamas dianteiros. As rodas de 17 polegadas com pneus ATR de perfil mais baixo (225/65 17) entram no lugar das an­­tigas de 16.

Novidades também dentro da cabine. O painel de instrumentos foi completamente remodelado, com grafismos atuais e de excelente visualização. O velocímetro e o conta-giros são em formato circular. Entre os dois, um quadro digital mostra as informações do sistema de tração utilizado. Na parte central do painel um mostrador adicional indica data, hora e temperatura. O “porém” continua sendo o desconforto no acesso pela porta traseira e no espaço reduzido para quem vai no banco de trás. A limitação física obedece a proposta do TR4 de ser um jipe compacto.

Sob o capô a alteração está no motor 2.0 16V flex, que estreou no modelo em 2007 mas agora está com mais fôlego. Com álcool a po­­tência máxima pulou de 133 cv pa­­­ra 140 cv e com gasolina a diferença é de 130 cv para 135 cv. A for­­­ça extra se deve aos novos pistões, que aumentaram a taxa de compressão para 11:1, contra os 9,5:1. O torque máximo também subiu para 22 kgfm (a). De acordo com dados da Mitsubishi, este propulsor é cerca de 5% menos gastão, com média de consumo de 11 km/l (álcool) em percurso de cidade e estrada.

As trocas de tração continuam sendo feitas por alavanca, posicionada ao lado do câmbio. O engate é um pouco duro e pode incomodar os mais exigentes – um acionamento eletrônico por botão não faria mal nenhum. Os fãs de off-road pesado ainda poderão fazer uso dos ângulos de entrada e saída de 35º do Pajero.

O tanque de combustível tem 72 litros, enquanto o porta-malas na configuração para cinco ocu­pan­­tes oferece 500 litros de bagagem, podendo chegar a 1.455 litros com os bancos rebatidos. Além das cores preto e prata, o modelo vem nas opções cinza, verde, branco, azul, vermelho rubi e vermelho mônaco.

A Mitsubishi espera vender mil unidades por mês da nova versão. Pelo preço, o principal rival é o Ford EcoSport 4x4, mas há ainda o Hyundai Tucson, o Kia Sportage 4X4 e, segundo o fabricante, o Suzuki Grand Vitara (mesmo com uma diferença de preço de mais de R$ 17 mil).

O jornalista viajou a convite da Mitsubishi.

Nenhum comentário: