quinta-feira, 24 de abril de 2008

Operação da PF prende nove em SP; advogado é suspeito de desvio de recursos do BNDES

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira um dos advogados mais famosos de São Paulo, Ricardo Tosto. Ele é acusado de participar de um esquema de desvio de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Outras oito pessoas foram presas na operação.

Segundo a PF, os desvios chegavam a 5% dos valores que eram emprestados a prefeituras. Um dos empréstimos no qual teria sido flagrado o desvio era de R$ 130 milhões, para uma prefeitura do Estado de São Paulo. Outro empréstimo investigado, de R$ 220 milhões, foi concedido a uma empresa conhecida de varejo.

Tosto, que tem entre seus clientes o deputado federal Paulo Maluf, é conselheiro do BNDES. Ele representa a Força Sindical no conselho do banco.

O advogado foi preso no âmbito da Operação Santa Tereza. Inicialmente, o alvo da PF era tráfico de mulheres e prostituição. Segundo uma das versões da PF, Tosto foi apanhado numa conversa telefônica falando sobre o esquema no BNDES com uma prostituta. A partir dessa conversa, a investigação foi aprofundada.

Nove pessoas haviam sido presas até as 12h. A PF fazia busca e apreensão em 18 locais, entre os quais o escritório de Tosto, numa área refinada do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo.

O advogado Maurício Silva Leite, sócio de Tosto, diz que só confirma a operação de busca e apreensão no escritório. Segundo ele, Tosto estava na PF prestando esclarecimentos. Silva Leite tentava na hora do almoço ter acesso ao inquérito, que corre na 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo. "Pelo que li até agora, as acusações não têm pé nem cabeça", disse Silva Leite.

Prostituição

As investigações que resultaram na operação começaram em dezembro de 2007 para apurar denúncias sobre tráfico de mulheres e exploração de prostituição. Em nota, a PF afirma que desde o início da apuração, os policiais constataram que alguns dos investigados mantêm uma casa de prostituição em São Paulo, com faturamento elevado.
"O prostíbulo somente se mantém em funcionamento porque seus proprietários oferecem, de forma contínua, vantagens ilícitas a autoridades e servidores públicos responsáveis pela fiscalização. Contra essa prática criminosa as investigações serão aprofundadas", diz um trecho da nota.

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