quarta-feira, 23 de abril de 2008

Bombeiros vasculham ilhas em SC em busca de padre desaparecido

Uma equipe composta por quatro bombeiros de São Francisco do Sul (SC) vasculha nesta quarta-feira ilhas próximas ao município de Balneário Barra do Sul em busca do padre Adelir Antônio de Carli, 42, desaparecido no último domingo (20), enquanto tentava bater um recorde ao voar preso a balões de festa cheios de gás hélio.
Segundo o comandante Alfredo Moraes de Araújo, as aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) e barcos da Marinha, já estiveram no local, entretanto, como não houve uma busca dentro do território, os homens percorrerão à pé o local para tentar encontrar o padre. Araújo informou que este foi o último local identificado pelo padre, antes de perder contato com os que estavam em terra.
A busca só foi possível hoje, segundo o comandante, pois o mar está mais tranqüilo em relação aos últimos dias. A Marinha informou que as condições climáticas e meteorológicas na área de busca são boas e que a área em que as equipes se concentram, de cerca de 70 km --equivalente a 40 milhas náuticas-- abrange os litorais norte e sul de Santa Catarina.
Na terça-feira, equipes que realizam as buscas encontraram balões no oceano, nas proximidades de Florianópolis, em Santa Catarina.
Vôo
Carli partiu de Paranaguá (96 km de Curitiba) às 13h de domingo. Seu destino era Ponta Grossa (113 km de Curitiba), a 180 km do local da decolagem.
Os ventos e o mau tempo teriam desviado Carli de seu percurso, levando-o à costa catarinense. Ontem (21), fragmentos de balões foram encontrados na região do município da Penha.
Segundo os bombeiros, com a descoberta de hoje, as buscas serão estendidas para a região de Florianópolis.
Estratégia
Suspenso por cerca de mil balões, Carli queria ficar 20 horas no ar. Segundo a equipe de apoio do padre, o recorde pertence a dois norte-americanos que ficaram 19 horas no ar.
Além do recorde, o padre dizia ainda que iria divulgar a Pastoral Rodoviária, de apoio a caminhoneiros.
Mesmo com o céu nublado e pancadas de chuva, o padre manteve o vôo. Segundo o empresário José Agnaldo de Morais, da equipe de apoio, Carli chegou a ser aconselhado a adiar a viagem, mas se recusou.
Nesse tipo de navegação, o balão depende da direção do vento e é apenas controlado pelo piloto nos momentos de subida ou descida. A suspeita é que o balão do religioso tenha sido atingido por uma corrente de vento. Por causa disso, ele foi levado para o mar, em sentido oposto ao de Ponta Grossa, seu destino original. Ele chegou a atingir 5.500 m de altura, segundo a equipe de apoio.
Por celular via satélite, o padre entrou em contato com os bombeiros de Guaratuba (PR) e disse que precisava que alguém o ensinasse a operar o aparelho de GPS (sistema de posicionamento global) que portava. Disse ainda que a bateria do seu telefone estava acabando.
Carli fez o último contato do balão com bombeiros de São Francisco do Sul, no litoral norte de Santa Catarina, às 20h45 de domingo (20). Informou que perdia altura e que precisava de resgate, pois iria cair no mar.
O padre dizia estar a 20 km da costa, entre as cidades de São Francisco do Sul e Barra do Sul. Pela costa, o local fica a 90 km do ponto da decolagem.

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