quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Inter vence Náutico e volta ao G-4 na estreia de Mário Sérgio

Colorado não joga bem, mas mostra disposição e vê D’Alessandro renascer na vitória de 3 a 1 no Beira-Rio

D'Alessandro comemora o gol do Internacional

Vencer o Náutico por 3 a 1 no Beira-Rio foi a conclusão de um jogo de retorno para o Inter no Brasileirão. Retorno à realidade das vitórias, retomada da ideia de um time combativo, volta às origens do G-4, lembranças de um D’Alessandro capaz de desequilibrar uma partida. É paradoxal: na noite de estreia do técnico Mário Sérgio, a novidade no Colorado esteve no gesto de buscar parte do que tinha esquecido no passado. A atuação ainda esteve anos-luz longe daquilo que deseja o torcedor. Mas o ânimo já foi outro. E o Timbu, abraçado pela zona de rebaixamento, não conseguiu evitar o fim do jejum de seis jogos sem vitórias para os gaúchos.

A situação do Náutico é complicada. Os pernambucanos lutaram, cutucaram a defesa vermelha, ameaçaram Lauro, mas foi tudo em vão. Com o resultado, a equipe de Geninho ficou estacionada na 18ª colocação, com 26 pontos, três atrás do Santo André, o primeiro fora da zona de rebaixamento. O Inter, em contrapartida, subiu. Pulou para a terceira colocação, com 47 pontos. Nesta quinta, os gaúchos secam Atlético-MG e Goiás, que visitam Botafogo e Cruzeiro, respectivamente.

O Colorado volta a campo no sábado. Às 18h30m, recebe o Atlético-PR no Beira-Rio. O Timbu joga um dia depois, também em casa, contra o líder Palmeiras.

D’Alessandro acorda, e Inter larga na frente

A questão é simples, clara, direta: quando D’Alessandro quer jogar, ele joga muito. E nesta quarta-feira ele quis. Com Mário Sérgio no lugar de Tite, o argentino quis muito, deixando para trás a imagem sonolenta que criou nos últimos meses. A perna esquerda de El Cabezón comandou a vitória de 2 a 1 do time gaúcho no primeiro tempo.

O Náutico, com muitos desfalques, tentou segurar um Inter de escalação inédita, em um 3-6-1 inesperado. Não conseguiu. O Timbu foi controlado durante quase toda a etapa inicial e se resumiu a escapulidas ao ataque com Anderson Santana pela esquerda.

Mário Sérgio havia indicado que o garoto Elton começaria o jogo, que Andrezinho seria ala e que Danilo Silva só seria usado como zagueiro no Inter. Não aconteceu nada disso. O time vermelho foi a campo sem Elton, com Danilo na ala e com Andrezinho como auxiliar de D’Alessandro na articulação. Se não foi brilhante, o Colorado ao menos mostrou uma vibração que parecia não habitar mais o vestiário do Beira-Rio. O Inter teve vontade de vencer.

D’Alessandro criou, gingou, aplicou o drible La Boba nos adversários, caiu para um lado, caiu para outro, voltou para marcar. D’Alessandro correu como corria em seus melhores momentos no Inter. Foi dele, logo com quatro minutos, a primeira grande chance vermelha – a primeira de muitas no primeiro tempo. Pela direita, ele bateu falta fechada, com força. O goleiro Gledson cortou. Alecsandro, no rebote, não conseguiu concluir.

O Náutico respondeu. Anderson Santana, melhor figura do Timbu em campo, mandou patada de longe. A bola resolveu que entraria no ângulo de Lauro. Mas o goleiro fechou a porteira. Voou bonito, alto, para evitar o gol. O Beira-Rio silenciou por alguns segundos.

E acordou em seguida. D’Alessandro, de novo ele, outra vez pela direita, mandou a bola na área. A ideia era cruzar. E a bola quase enganou o goleiro da equipe pernambucana. Passou pertinho do travessão. Chute de Glaydson e conclusão de Danilo Silva foram as chances criadas pelos mandantes logo depois. Mas quem ameaçou de verdade foi o Náutico. Elton recebeu livre na área após falha de Glaydson e só não fez o gol porque Bolívar apareceu na hora mais precisa possível para roubar a bola.

Aí saiu o primeiro gol do Inter. Foi aos 22 minutos. D’Alessandro, sempre ele, acionou Guiñazu pela esquerda. O capitão mandou a bola com açúcar, mel, cravo e canela para Alecsandro só completar. Festa no Beira-Rio, placar mexido e esperança de fim de jejum. O Colorado estava na frente.

Balançar a rede fez o time de Mário Sérgio cair de rendimento. O Náutico encaixou a marcação, mas D’Alessandro voltou a encontrar espaços. Ele fez jogada de craque na ponta direita, deixou os marcadores sem saber o que fazer da vida e colocou para Alecsandro. O centroavante comeu mosca. Tentou driblar o goleiro, se enrolou e chutou em cima da zaga.

Se não fez, levou. Sempre atento a eventuais falhas coloradas, o Náutico partiu ao ataque com Anderson Santana, que acionou Bruno Mineiro, autor do desvio final para o gol: 1 a 1. Eram 40 minutos. A torcida teve outros sete para resmungar. Nos últimos segundos do primeiro tempo, D’Ale levou falta na entrada da área. Ele mesmo cobrou. E ele mesmo fez. O Inter estava na frente outra vez.

Náutico cresce no segundo tempo, mas leva mais um

No segundo tempo, o Inter caiu muito de rendimento e viu o Timbu ficar gradativamente mais assanhado. O Náutico ganhou corpo em campo, cresceu nas investidas ao ataque e passou a ameaçar mais. Mesmo assim, não alcançou o empate.

O Colorado parou de criar. D’Alessandro não teve o mesmo brilho. Com o ataque inoperante, o jeito foi segurar a onda do oponente. A entrada de Edu no lugar de Andrezinho não surtiu grande efeito. Com a torcida encucada com o perigo de um empate, os gaúchos viram o relógio correr até o fim.

O lance de maior emoção partiu da defesa do Náutico, em um recuo errado do zagueiro Patrick para o goleiro. Gledson saiu correndo na direção do gol e cortou a bola em cima da linha. Kleber ficou com ela a centímetros do gol. E conseguiu desperdiçar a chance. Se a bola não entrou naquele momento, parecia que não entraria mais. Mas a fome do Náutico pela igualdade abriu espaços, e o Colorado aproveitou. Guiñazu tramou jogada com D’Alessandro. A bola chegou a Alecsandro, que fechou a conta: 3 a 1.

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