sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Marcos quer afastar fama de 'time pipoqueiro e amarelão'

A sexta-feira trouxe uma situação pouco comum no Palmeiras: o goleiro Marcos concedeu uma entrevista logo após o treino realizado na Academia de Futebol. Normalmente, o jogador só fala depois dos jogos. Desta vez, ele demonstrou toda a preocupação pela pressão no Palestra Itália.

Ainda por cima, Marcos está visivelmente incomodado com algumas críticas. O jogador quer dar uma resposta aos comentários de que o Palmeiras estaria "amarelando e pipocando" justamente na reta decisiva do Campeonato Brasileiro.

Capitão e principal ídolo palmeirense, Marcos foi mais um integrante do elenco a comentar um possível racha. Acostumado ao ambiente do Alviverde, ele negou qualquer desavença no grupo e garante: todos gostam do artilheiro Vagner Love, que seria o motivo da discórdia.

Além disso, o camisa 12 reforçou o coro de apoio ao técnico Muricy Ramalho. Marcos acredita que os jogadores têm a maior parcela de culpa pela inesperada queda de produção do líder do Campeonato Brasileiro.

Veja os principais trechos da entrevista desta sexta-feira de Marcos na Academia:

Medo de perder o título

Medo não, mas tenho preocupação, é claro. Só que agora a prioridade é corrigir nossos erros para o jogo contra o Goiás, por isso nem vou assistir a rodada do final de semana. O que me deixa chateado é olhar na televisão as pessoas falando que estamos amarelando e pipocando.

Má fase
É um momento ruim dos jogadores, temos consciência de que o time não está bem, mas não está nada perdido. De forma alguma vamos desanimar, vamos continuar trabalhando. Não dá para você parar de trabalhar no momento em que as coisas ficam ruins. Temos que falar o menos possível.

Ciúmes no elenco
Quanto a isso, posso garantir que não há problema. No futebol, infelizmente essas coisas aparecem nas derrotas. A única coisa que aconteceu é que não jogamos bem e, ainda assim, tínhamos uma gordura para queimar. Ciúmes do Vagner Love não existe. Aqui, todos recebem bem e em dia.

Lesão de Cleiton Xavier
Perder o Cleiton é muito difícil. Ele é o jogador das bolas paradas, é natural que faça falta, mas precisamos conviver. Qualquer um que machuca deixa todos no grupo chateados. Mas temos jogadores de nível para jogar, o Sandro Silva, o Deyvid Sacconi. O Muricy deve achar um substituto.

Críticas a Muricy
Eu compreendo, a torcida age 100% com o coração, eu mesmo atuo com 80% de coração e só 20% de razão. O torcedor paga ingresso e alguém fica com a culpa quando a equipe não vai bem. Mas a responsabilidade não é do Muricy, ele tem trabalhado bem, não entra em campo.

Cobranças sobre Robert e Wendel
Eu trabalho no futebol faz muito tempo e sempre procurei ser justo. Todos nós somos profissionais, recebemos para isso, treinamos para isso. Eu não os apontei como culpados da derrota diante do Flamengo. Contra o Náutico, por exemplo, todos culparam o Marcão em um dos gols e nem era ele que estava na bola, você tem toda uma cobertura da defesa. Às vezes, o seu erro ferra alguém. Por que não pode falar quem errou? Cobranças são normais. Para mim, falar lá dentro e na imprensa é a mesma coisa. Achei que na hora melhoraria, não melhorou (risos).

Quem sente mais as cobranças?
Não tem essa de quem sente mais, desconfiança vem independente da idade. Com 36 anos, eu posso perder a confiança se tiver uma sequência de erros. Tudo muda rapidamente. Na quinta-feira, vamos enfrentar o Goiás. Tudo pode voltar ao normal ou ficar ainda pior.

Participação da diretoria
O que percebemos desde o início do ano é que a diretoria está presente, sempre traz mensagens positivas. O presidente e os diretores constantemente nos ajudam. A gente estava jogando bem, estava tudo tranquilo. Sabemos que os problemas estão nos resultados. Quando as vitórias voltarem, as coisas melhoram.

Jogo mais difícil na reta final
O Goiás. Tem sempre que pensar no próximo jogo. Se tivermos uma derrota na quinta-feira, nossos problemas aqui no clube vão ficar ainda maiores.

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