quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Flu supera violência, despacha o Alianza Atlético e manda recado para o Fla

Vitória por 4 a 1 garante a equipe nas quartas de final da Copa Sul-Americana e encerra tabu de seis meses sem dois triunfos consecutivos

Cahê Mota Rio de Janeiro


Foi mais suada do se esperava. Bem mais dolorida do que se esperava. Mas o Fluminense superou a violência do Alianza Atlético, do Peru, fez 4 a 1 na noite desta quinta-feira, no Maracanã, e se classificou para as quartas de final da Copa Sul-Americana. Conca, Alan e Adeílson, duas vezes, marcaram os gols que deram ao Tricolor a segunda vitória consecutiva após mais de seis meses de jejum. Valverde descontou, de pênalti.

A vitória, se não foi convincente, foi suficiente para inflamar o torcedor. Apesar de não comparecer em grande público, pouco mais de 10 mil presentes, os tricolores não fizeram questão de conter a euforia e provocaram o Flamengo. Numa prévia do Fla-Flu de domingo, às 18h30m (de Brasília), pela 27ª rodada do Brasileirão, ouviu-se no Maracanã o grito de “Urubu, pode esperar, a sua hora vai chegar”.

Na próxima fase da Sul-Americana, o Fluminense encara o Universidad do Chile, que eliminou o Internacional. As datas e ordem do confronto ainda não foram confirmadas pela Conmebol.

Violência, susto e uma pintura de Conca

Um jogo típico dos primórdios das competições sul-americanas, com a violência comendo solta e um árbitro condescendente. Esse foi o retrato do primeiro tempo de Fluminense e Alianza Atlético. Se o Tricolor acreditava que na base da técnica garantiria tranquilamente a vaga nas quartas de final, bastou a bola rolar para o time peruano deixar claro que teria na força física sua principal arma no Maracanã.

O Fluminense até começou a partida dando a entender que saberia usar o descontrole do rival a seu favor, e logo na primeira falta quase abriu o placar. Aos dois minutos, Conca levantou na área, Digão escorou, e Luiz Alberto emendou de primeira na pequena área. A bola tirou tinta da trave. No minuto seguinte, o argentino por pouco não fez o primeiro em cobrança direta, que Laura espalmou para trás.

O susto deixou ainda mais desesperado o Alianza, que passou a bater ainda mais, sempre com o “aval” do árbitro Sérgio Pezzotta, da Argentina. No ataque, no entanto, a atuação da equipe peruana era até certo ponto constrangedora. No primeiro chute a gol, Maraude recebeu passe pouco após o meio-campo e arriscou chute patético, que sequer chegou ao gol.

O Tricolor chegou com perigo novamente aos 13. Diguinho deixou Kieza na cara do gol. O atacante tocou na saída de Laura, a torcida chegou a vibrar, mas a bola caprichosamente tirou tinta da trave. Apesar das pancadas, o Flu não sofria risco, até que Fabinho colocou a mão na bola infantilmente na área, aos 15, e presenteou o rival com um pênalti.

Valverde cobrou no meio do gol, abriu o placar e foi provocar a torcida carioca. Os jogadores tricolores não gostaram nada da atitude, foram tirar satisfação e por pouco não teve início uma briga generalizada. Nervoso, o Fluminense passou a errar passes na medida em que apanhava ao tentar atacar.

No lance mais gritante, Espinosa fez falta em Kieza, que deixou o gramado com suspeita de fratura no tornozelo, e sequer recebeu cartão. Sem muita opção, o Tricolor encarava a violência peruana e quase igualou o marcador com Alan, de bicicleta, aos 33. De tanto bater, o Alianza foi castigado.

Aos 40, Ismael Márquez passou o sarrafo em Alan na entrada da área. Assim como na primeira partida, em Piura, Conca assumiu a cobrança e acertou o ângulo esquerdo de Laura. Três minutos depois, finalmente pintou o cartão vermelho, e em dose dupla. Valverde e Luiz Alberto se desentenderam e foram para o chuveiro mais cedo. Foi o último ato de um primeiro tempo onde a pancadaria substituiu o futebol.

Enquanto o Alianza bate, o Flu garante a classificação

Na volta para o segundo, ao menos 15 minutos de futebol. Aos quatro, Peixoto cruzou a bola na área e Maraude cabeceou firme. Rafael voou e fez a defesa. Foi o único lance de perigo dos peruanos, que seguraram como puderam a pressão do Fluminense. Aos 13 minutos, no entanto, não teve jeito.

Diguinho descolou excelente passe para Alan nas costas de zaga. Veloz, o atacante deixou o goleiro Laura para trás e tocou para o gol vazio: 2 a 1 no marcador e um novo xodó consagrado pela torcida tricolor. Após os gritos em homenagem ao atacante, um provocação ao Flamengo: “Urubu, pode esperar, a sua hora vai chegar”.

Em desvantagem no placar, o Alianza voltou a abrir a caixa de ferramentas. Aos 16, Mori fez falta dura em Conca e foi expulso. Três minutos depois, Farfán teve o mesmo destino, após derrubar Marquinho na intermediária. Com dois a mais, o Fluminense passou a tocar a bola com velocidade, e ampliou aos 24. Diante da exposta zaga peruana, Adeílson tabelou com Conca e fuzilou Laura para fazer o terceiro.

Sem forças nem para bater mais, a equipe peruana se mostrou entregue à espera do apito final. Com gás, o Fluminense seguia no embalo de Conca e da dupla de ataque. Aos 29, o argentino deixou Alan livre para marcar, mas ele chutou em cima de Laura. Quatro minutos, porém, o golpe final. Após jogada ensaiada em cobrança de falta, Marquinho bateu cruzado para Adeílson empurrar para o fundo das redes e completar a festa do torcedor, que conta os minutos para o Fla-Flu.

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