quarta-feira, 9 de julho de 2008

Prisão de Dantas não prejudica fusão Oi/Brasil Telecom, diz ministro

O ministro Hélio Costa (Comunicações) disse nesta quarta-feira que a prisão do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, não atrapalhará a compra da Brasil Telecom pela Oi.
"Não vejo a menor dificuldade com esse procedimento. Não interrompe em nada o andamento dos negócios", disse o ministro, que participa hoje de uma audiência na Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara dos Deputados.
Reportagem da Folha publicada hoje informa que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Oi não temem que a prisão de Daniel Dantas prejudique a fusão com a Brasil Telecom.
Segundo a reportagem, a ação da PF ocorreu no meio da negociação da fusão entre a Oi e a Brasil Telecom, que já foi controlada por Dantas. Antes de fechar o negócio, por exigência da Oi, Dantas já havia assinado contrato de venda de sua parte na empresa, por mais de US$ 1 bilhão, segundo especialistas.
Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas foram presos ontem pela Polícia Federal durante a operação, que investiga suposta prática dos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas, formação de quadrilha e tráfico de influência para a obtenção de informações privilegiadas em operações financeiras.
Os policiais cumpriram 24 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e em Brasília. Os mandados foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
O Ministério Público Federal acusa o grupo do banqueiro Daniel Dantas de ter movimentado, entre 1992 e 2004, quase US$ 2 bilhões por meio do Opportunity Fund, uma offshore no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, no Caribe.
Segundo a Procuradoria, além de evasão de divisas e formação de quadrilha, as investigações apontam que o grupo de Dantas teria cometido também gestão fraudulenta, concessão de empréstimos vedados (empréstimos entre empresas do mesmo grupo) e corrupção ativa.
O advogado de Dantas entrou contem com habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para libertar o banqueiro e negou ligação direta de Dantas com Nahas e Pitta. O STF ainda não se posicionou sobre o pedido.
Os presos na operação devem ser indiciados sob as acusações de lavagem de dinheiro, corrupção, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha.

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