terça-feira, 4 de março de 2008

Fidel Castro defende Equador e acusa EUA de "crime monstruoso"

Fidel Castro, 81, ditador afastado formalmente do poder desde 18 de fevereiro, disse nesta terça-feira que os Estados Unidos cometeram "um monstruoso crime" ao matar a sangue frio guerrilheiros colombianos no Equador. Disse também que o presidente equatoriano, Rafael Correa, tem provas suficientes para passar de acusado a acusador, segundo um artigo publicado nesta terça-feira. "O imperialismo acaba de cometer um monstruoso crime no Equador", disse.
A acusação de Fidel contra os EUA se refere ao ataque levado a cabo por forças colombianas contra a guerrilha Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano, no último sábado (1º), que causou a morte de Raúl Reyes, um dos principais líderes da guerrilha, além de outros 16 membros do grupo, de acordo com a Colômbia. Segundo o governo de Quito, no total seriam 22 mortos.
Fidel Castro, afastado formalmente do poder desde 18 de fevereiro, criticou o ataque colombiano às Farc em território do Equador O ex-líder cubano, que após 49 anos entregou o poder de Cuba --hoje conduzido por seu irmão Raúl--, afirmou que a sangue frio ninguém tem o direito de matar. "As acusações concretas contras esse grupo de seres humanos não justificam a ação. Se aceitarmos esse método imperial de guerra e de barbárie, bombas 'ianques' guiadas por satélites podem cair sobre qualquer grupo de homens e mulheres latino-americanos, em território de qualquer país, havendo ou não guerra", disse Fidel.
Ele afirmou ainda que a ação em terra comprovadamente equatoriana é um agravante, acrescentando que Cuba não é país inimigo da Colômbia e que entre os dois países há uma política declarada de princípios e de paz proclamada há anos com os países da América Latina.
"Atualmente, quando tudo está em risco, não nos converteremos em agressores. Somos partidários da unidade entre os povos do que Martí [José, herói da independência cubana, 1853-1895] chamou de Nossa América", disse Fidel, acrescentando que se calar neste momento o faria cúmplice [da agressão].
Com France Presse

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