quarta-feira, 19 de março de 2008

Escândalo em NY intensifica investigações sobre sites de prostituição em SP


DIÓGENES MUNIZEditor de Informática da Folha Online - A ex-prostituta e cafetina Andréia Schwartz, 33, não é a única brasileira afetada pelo escândalo sexual que derrubou o governador de Nova York, Eliot Spitzer, na última semana. Dezenas de sites de prostituição de São Paulo estão na mira do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado).

"Já estamos agitando esse submundo há um tempo, mas esse caso [o escândalo em Nova York] vem ao encontro com que estamos trabalhando", diz o delegado assistente José Mariano de Araújo Filho, da Delegacia de Meios Eletrônicos da Divisão de Investigação do Deic. De acordo com ele, agora os donos de sites de prostituição no Brasil estão "mais alertas".
"Isso pode fazer com que a gente tenha um pouco mais de dificuldade, mas só acarreta que nossas investigações devem ser mais minuciosas, intensivas", afirma.
Um homem ligado a este tipo de serviço na internet foi indiciado por rufianismo (exploração da prostituição alheia) quatro dias antes do estouro do escândalo nos EUA. Trata-se do primeiro indiciamento desde o início das investigações, há cerca de sete meses.
Reprodução
Páginas na internet de prostitutas estabelecidas em São Paulo, como a Vip69 (foto), estão na mira da Polícia Civil da capital paulista
Carlos Yoshida Nakamura, relacionado ao site www.vip69.net, foi o primeiro indiciado. O endereço continuava no ar até a publicação desta reportagem, que não conseguiu entrar em contato com Nakamura.
A página funciona de forma semelhante à nova-iorquina Emperor's Club Vip, com exceção do valor dos programas. O preço do sexo no site brasileiro é bem menor --lá, a negociação corre na casa dos quatro dígitos.
O exemplar nacional mostra fotos de garotas nuas. O internauta deve ligar para uma atendente, que anota seu endereço e a acompanhante escolhida. As garotas prestam o serviço em domicílio. O site produz ranking das "mais solicitadas do mês".
"Ainda não foram solicitados mandados de busca e apreensão por estarmos investigando pessoas e locais. Uma diligência desta natureza poderia precipitar as coisas e estragar a investigação", afirma Araújo Filho.
Mapa do sexo
"Como aquele de Nova York era de agenciamento, agora eles estão intimando aqui no Brasil dono de tudo o que é site de classificado de sexo, pornografia e prostituição. Ao todo, são uns 90 [intimados]", contou à Folha Online o responsável por um endereço eletrônico de garotas de programas da capital paulista. Ele não quis se identificar, mas diz ser um dos investigados. A Polícia Civil não confirma, tampouco nega intimações de 90 pessoas.
Araújo Filho, do Deic, explica que o primeiro passo para poder indiciar os donos do site é "separar o joio do trigo".
"Existem aqueles cujo objetivo é promover encontros para pessoas tímidas, por exemplo. Mas há outros que promovem encontros de natureza sexual. Aparece lá se você quer sexo anal, oral, as medidas da garota. É totalmente favorecimento à prostituição."
Depois da classificação, vem a parte mais difícil. "É uma investigação que precisa ter prova da habitualidade. Como é que eu vou provar que o responsável pelo site faz disso uma prática habitual? Que ele se sustenta com isso?"
À reportagem, ele prefere manter sob sigilo a resposta das próprias perguntas. Apenas diz que, entre as técnicas de localização de suspeitos, há desde rastreamento de IP (número de identificação de rede) até encontros com garotas.

Um comentário:

Filhote de Pombo disse...

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