quarta-feira, 19 de março de 2008

Assembléia Legislativa compra poltronas com 'massageador'



A Assembléia Legislativa de Mato Grosso comprou 26 "poltronas magnéticas" para os deputados ao custo de R$ 3.058 cada uma. No total, foram gastos R$ 79.508. As poltronas foram instaladas no plenário em fevereiro. Elas são de couro e funcionam com bateria e controle.

“Dá uma formigada, dá um ´choquinho´ na coluna da pessoa para melhorar a circulação. É como se fosse uma vibração”, explicou o diretor-geral da assembléia, Edemar Adams. “Não deixa de ser uma massagem, né? Dá uma sensação de conforto”, acrescentou.
O material de divulgação do fabricante descreve que as poltronas têm "imãs que irradiam ondas magnéticas que atuam no corpo por indução". Segundo o material, o "massageador eletrônico" pode prevenir "problemas circulatórios, gorduras, flacidez e varizes" e "ajuda na insônia, stress e sintomas de irritação em geral, e também proporcionando um sono mais fisiológico possível".
´Sessões longas´
Adams explicou que a assembléia precisava comprar 24 poltronas para serem colocadas em dois auditórios da Casa. Decidiu-se então transferir as que eram usadas no plenário para os auditórios e comprar novas para o uso dos deputados. Foram compradas 26.Segundo ele, o valor pago por cada poltrona é “praticamente o mesmo” de uma “poltrona normal”. O edital da licitação especificava que as poltronas deveriam ter a função eletromagnética. Para Adams, os assentos especiais são necessários devido às “sessões mais longas, de cinco, seis horas”. “É a mesma coisa que você fazer um vôo. O que o seu médico vai lhe recomendar: se você for ficar sentado mais de duas horas, ele recomenda que você levante e caminhe dentro da aeronave". "Para que eles possam produzir decentemente, tem que ter um ambiente decente, conforto”, acrescentou.
Para alguns deputados, no entanto, a poltrona acabou causando mal-estar. “Nada justifica isso (...) a outra cadeira estava muito boa. Não experimentei, nem tenho curiosidade. Minhas necessidades eu satisfaço no plano pessoal”, afirma o deputado Otaviano Pivetta (PDT), que garante que não irá ligar a poltrona.
´Não saiu do dinheiro público´
Em entrevista à TV Centro América, o primeiro-secretário da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP), disse que “é necessário explicar que as cadeiras foram adquiridas com dinheiro do Banco do Brasil, fruto de uma parceria, não saiu do dinheiro público”. A parceria em questão foi um convênio no valor de R$ 3 milhões. Em troca do dinheiro, a Assembléia Legislativa utiliza o banco para pagar os cerca de 1,4 mil funcionários da Casa. Segundo Adams, o convênio terá duração de cinco anos.

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