segunda-feira, 7 de abril de 2008

Operação Titanic começou com a compra de lancha de megatraficante colombiano Ruan Carlos

Procurador revela detalhes da operação da Polícia Federal que prendeu 22 pessoas nesta segunda 07/04/2008 12:34:23 - BETH GUERRA - eguerra@redegazeta.com.br - O procurador da República no Espírito Santo, Helder Magno da Silva, responsável pelas investigações que resultaram na operação Titanic revelou que o esquema comandado pelo empresário Adriano Scopel tem ramificações em Rondônia. No Estado, Scopel tinha benefícios referentes ao recolhimento de ICMS. Segundo o procurador, o filho do governador de Rondônia, Ivo Júnior Cassol, 27 anos, e o sobrinho Alessandro Cassol foram detidos nesta manhã, acusados de facilitar o esquema de sonegação de impostos . Também foi detido em Rondônia o suplente de senador Mário Calixto (PR). O procurador não descarta o envolvimento do governador de Rondônia, Ivo Cassol. No mesmo Estado foi detido um auditor da Receita Federal. Dos 23 mandados de prisão expedidos pela Justiça, o único que falta ser cumprido pede a prisão do empresário capixaba Antonio Cláudio Diniz de Oliveira dos Santos, conhecido como Baducho. Ele está nos Estados Unidos e deve ser detido pelo FBI. Helder Magno revelou que as investigações partiram da apreensão de uma lancha que era de Ruan Carlos Abadia e foi vendida pelo braço direito do megatraficante colombiano, o empresário Daniel Marostica, para Adriano Scopel. O empresário capixaba teria pago US$ 1,6 milhão pela embarcação de luxo. As investigações identificaram um esquema de importação de veículos liderado por Scopel. “Aquela lancha estava em nome do Adriano Scopel, mas era do Abadia, foi a partir disso que se percebeu que o grupo liderado por Scopel tinha um esquema com importação de veículos de alto luxo. Eles corrompiam uma série de servidores da Alfândega e Anvisa. O esquema consistia em declarar nos documentos de importação um valor inferior ao valor real do bem importado”. Ouça a entrevista exclusiva do procurador para a rádio CBN Vitória A sede da empresa Tag Importação e Exportação de Veículos Ltda fica em Rondônia, onde o empresário capixaba possuía benefícios fiscais. “Há um auditor da Receita Federal em Rondônia que era ponte do esquema. Ele deveria aplicar multas e fiscalizar, mas essa pessoa foi corrompida e não fiscalizou”. Outros três auditores foram presos no Espírito Santo. “Um deles foi identificado como Max, que é um auditor que ocupa um cargo de chefia no terminal portuário de Peiú, chefe de um setor importante da Alfândega. Outro foi identificado como Alberto, que já se encontra preso temporariamente. O terminal de Peiú é de propriedade da família Scopel e através desse porto que traziam veículos de alto luxo e esteiras, além de peças de veículos”. Além dos crimes de sonegação praticados nos Estados brasileiros onde a operação foi desencadeada, o grupo também será autuado por crimes no Estados Unidos e Canadá, onde apresentavam documentação fiscal falsa para importar veículos de alto luxo. “Na verdade é preciso fazer o encaminhamento de uma quantia que deve estar vinculada. O envio de reserva para estrangeiro, precisa enviar para um fato certo, uma compra certa, o que não acontecia”. Há ainda o envolvimento de um funcionário da alfândega norte-americana, identificado inicialmente como Eduardo, que também colaborava com o esquema nos EUA.

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