Injúria
Depois de acusar o prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, de propineiro por haver supostamente recebido um “jabá” de três milhões de reais para conceder a licença ambiental para que o Shopping Porto Velho pudesse iniciar as obras na Avenida Calama com Madeira, o deputado estadual Valter Araújo (PTB) fez ouvidos de mercador ao desafio feito pelo prefeito para que prove a acusação e não apresentou nada que comprove a denúncia. Indício sequer.
Escudado
Ao se esquivar do desafio feito por Sobrinho, Valter Araújo corre o risco de continuar sendo acusado de promover uma campanha contra este empreendimento por razões, digamos, nada republicanos. Escudado pela imunidade parlamentar atirou contra o prefeito com grosso calibre, mas tudo indica que o alvo terminou sendo o próprio pé.
STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Veloso, negou liminar ao Mandado de Segurança interposto pelo PSDB requerendo a perda dos mandatos dos deputados federais que abandonaram a legenda em busca de abrigo nas agremiações da base governista. Os tucanos queriam que o STF declarasse vacância por “renúncia presumida” depois que o TSE deu interpretação nesta direção a uma consulta formulada pelo PSDB. Aliás, esta coluna havia previsto ainda em maio passado que no plenário do STF dificilmente esta interpretação consiga acolhimento.
Confusão
O governador Ivo Cassol decidiu partir para o confronto com o procurador da República Reginald Pereira Trindade e o representou junto ao Conselho Nacional de Justiça alegando perseguição desde que o procurador exercia as funções de promotor de justiça estadual no município de Rolim de Moura quando K-Sol ainda era o prefeito.
Nota
O pedido de afastamento do senhor governador do PPS, conforme nota oficial divulgada pela legenda, é sinal de que sua excelência perde um apoio político considerável na sua tentativa de desqualificar a acusação. Assim como os acusadores.
Reação
Visivelmente irritado com as denúncias feitas pelo representante do Ministério Público Federal contra sua pessoa e comandados, o governador Ivo Cassol convocou a imprensa para acompanhá-lo até o prédio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) onde entregou um calhamaço de papéis ao presidente argüindo a suspeição do Procurador Reginaldo Trindade. A atitude do chefe do executivo estadual deixou o chefe da Justiça Eleitoral de Rondônia visivelmente constrangido porque o encontro sequer havia sido agendado. Ataque Ivo Cassol demonstrou ainda irritação por ter sido comparado a um Leviatã pelo procurador. Explicou que a comparação feita teria soado como xingamento e, portanto, não aceitaria passivamente. Pela forma como reage a situações desta natureza, Ivo Cassol tende a aumentar o tom e partir para o ataque a cada denúncia feita pelo chefe do MPF rondoniense. Leviatã Thomas Hobbes foi um materialista radical e autor da obra clássica O Leviatã no séc. XVI. Ao contrário do que escrevia Descartes, rejeitou a idéia de que o homem seria matéria e espírito (seria "só matéria"). Para Hobbes, portanto, as atitudes morais não podem ser justificadas pela imaterialidade – isto é, pelo terreno transcendental. Egocentrismo Para Hobbes, o homem não segue as leis da natureza tal qual os animais (onde há "presa" e "predador") porque aderiu passivamente a um pacto coletivo, em que abre mão de sua liberdade e igualdade. Embora seja racional, o ser humano é egoísta (por instinto de sobrevivência), razão pela qual é capaz de matar. Os homens podem destruir-se mutuamente. Mas a covardia é tão grande quanto o egoísmo, razão pela qual o maior de todos os medos é a morte violenta. Absolutismo Para preservar a própria vida, o homem cede sua liberdade e igualdade em favor de um pacto social, que torna legítimos o poder absoluto do soberano e a obediência coletiva. Logo, conclui Hobbes, o bem estar social é assegurado pela covardia e medo individuais. Farsante Ao iniciar o Leviatã, em sua introdução, Hobbes assim descreve o processo formal de constituição do ente político:“Da mesma forma que tantas outras, a natureza, mediante a qual Deus fez e governa o mundo, é imitada pela arte humana também nisto: é possível fazer um animal artificial.”(HOBBES, 2002, p.15). XingamentoQuem folheou o clássico de Hobbes pode entender a irritação do nosso soberano, mas a provocação feita ficou circunscrita ao campo intelectual onde nem todos os súditos sabem traduzir o tal xingamento.
Depois de acusar o prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, de propineiro por haver supostamente recebido um “jabá” de três milhões de reais para conceder a licença ambiental para que o Shopping Porto Velho pudesse iniciar as obras na Avenida Calama com Madeira, o deputado estadual Valter Araújo (PTB) fez ouvidos de mercador ao desafio feito pelo prefeito para que prove a acusação e não apresentou nada que comprove a denúncia. Indício sequer.
Escudado
Ao se esquivar do desafio feito por Sobrinho, Valter Araújo corre o risco de continuar sendo acusado de promover uma campanha contra este empreendimento por razões, digamos, nada republicanos. Escudado pela imunidade parlamentar atirou contra o prefeito com grosso calibre, mas tudo indica que o alvo terminou sendo o próprio pé.
STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Veloso, negou liminar ao Mandado de Segurança interposto pelo PSDB requerendo a perda dos mandatos dos deputados federais que abandonaram a legenda em busca de abrigo nas agremiações da base governista. Os tucanos queriam que o STF declarasse vacância por “renúncia presumida” depois que o TSE deu interpretação nesta direção a uma consulta formulada pelo PSDB. Aliás, esta coluna havia previsto ainda em maio passado que no plenário do STF dificilmente esta interpretação consiga acolhimento.
Confusão
O governador Ivo Cassol decidiu partir para o confronto com o procurador da República Reginald Pereira Trindade e o representou junto ao Conselho Nacional de Justiça alegando perseguição desde que o procurador exercia as funções de promotor de justiça estadual no município de Rolim de Moura quando K-Sol ainda era o prefeito.
Nota
O pedido de afastamento do senhor governador do PPS, conforme nota oficial divulgada pela legenda, é sinal de que sua excelência perde um apoio político considerável na sua tentativa de desqualificar a acusação. Assim como os acusadores.
Reação
Visivelmente irritado com as denúncias feitas pelo representante do Ministério Público Federal contra sua pessoa e comandados, o governador Ivo Cassol convocou a imprensa para acompanhá-lo até o prédio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) onde entregou um calhamaço de papéis ao presidente argüindo a suspeição do Procurador Reginaldo Trindade. A atitude do chefe do executivo estadual deixou o chefe da Justiça Eleitoral de Rondônia visivelmente constrangido porque o encontro sequer havia sido agendado. Ataque Ivo Cassol demonstrou ainda irritação por ter sido comparado a um Leviatã pelo procurador. Explicou que a comparação feita teria soado como xingamento e, portanto, não aceitaria passivamente. Pela forma como reage a situações desta natureza, Ivo Cassol tende a aumentar o tom e partir para o ataque a cada denúncia feita pelo chefe do MPF rondoniense. Leviatã Thomas Hobbes foi um materialista radical e autor da obra clássica O Leviatã no séc. XVI. Ao contrário do que escrevia Descartes, rejeitou a idéia de que o homem seria matéria e espírito (seria "só matéria"). Para Hobbes, portanto, as atitudes morais não podem ser justificadas pela imaterialidade – isto é, pelo terreno transcendental. Egocentrismo Para Hobbes, o homem não segue as leis da natureza tal qual os animais (onde há "presa" e "predador") porque aderiu passivamente a um pacto coletivo, em que abre mão de sua liberdade e igualdade. Embora seja racional, o ser humano é egoísta (por instinto de sobrevivência), razão pela qual é capaz de matar. Os homens podem destruir-se mutuamente. Mas a covardia é tão grande quanto o egoísmo, razão pela qual o maior de todos os medos é a morte violenta. Absolutismo Para preservar a própria vida, o homem cede sua liberdade e igualdade em favor de um pacto social, que torna legítimos o poder absoluto do soberano e a obediência coletiva. Logo, conclui Hobbes, o bem estar social é assegurado pela covardia e medo individuais. Farsante Ao iniciar o Leviatã, em sua introdução, Hobbes assim descreve o processo formal de constituição do ente político:“Da mesma forma que tantas outras, a natureza, mediante a qual Deus fez e governa o mundo, é imitada pela arte humana também nisto: é possível fazer um animal artificial.”(HOBBES, 2002, p.15). XingamentoQuem folheou o clássico de Hobbes pode entender a irritação do nosso soberano, mas a provocação feita ficou circunscrita ao campo intelectual onde nem todos os súditos sabem traduzir o tal xingamento.
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