Você é um dinossauro?
Fala-se muito na capacidade de suportar a pressão do dia-a-dia.
O que é mais importante? Resistir à pressão da vida moderna ou adaptar-se a ela?
Por Marcelo Aguilar Às vezes confundimos o uso da palavra resistência (a capacidade de não ceder a um estresse físico ou emocional), com a palavra resiliência (que significa a capacidade de se recuperar, ou retornar à forma original, depois que esse estresse passa).
Uma mesa de madeira tem alta resistência, e não cede até que a pressão seja tão insuportável que a faça quebrar...
Já um pneu de automóvel tem alta resiliência, pois pode ser torcido e levar pancada que retorna, rapidamente, a seu estado original.
Por isso mesmo não se fazem mais rodas de madeira! A palavra resiliência é de origem inglesa e foi registrada pela primeira vez em 1824. A palavra foi usada originalmente para explicar fenômenos físicos e biológicos que estavam sendo descobertos naquela época. Ajudou a descrever as propriedades do processo de vulcanização da borracha descoberto por Charles Goodyear em 1839, o mesmo que emprestou seu nome para a famosa marca de pneus. Assim como ajudou a esclarecer, em 1864, a teoria da evolução das espécies de Darwin (outro Charles, por coincidência) – que nunca disse que quem vence é o mais forte, e sim o mais adaptável. Os primeiros mamíferos surgiram na mesma época dos dinossauros, mas não me recordo de ter visto tiranossauros andando por aí nos últimos dias.
Por que os mamíferos também não desapareceram? Porque sempre foram mais resilientes que os dinossauros. E no caso do homem moderno? A psicologia e a educação tomaram emprestado o termo resiliência mais de 100 anos depois de sua criação. (E aqui vale um parênteses: isso acontece muito com as palavras. Elas são criadas, em diversas línguas, e depois vão expandido seus significados, ajudando-nos a compreender melhor a complexidade crescente do mundo... Cada dicionário novo lançado é mais “gordo” que o anterior).
Então, para a psicologia e a educação, resiliência é a capacidade de se recuperar e se ajustar rapidamente, em termos emocionais, às pressões e mudanças da vida. Considere agora o fato de que o tempo médio de vida do ser humano está se estendendo de forma espantosa. Há um século, a expectativa de vida era de 40 anos. Hoje, está próxima dos 80. Especula-se que um indivíduo de 40 anos de classe média ou alta, de hábitos saudáveis, vá viver até quase os 100 anos de idade.
Ora, se extrapolarmos os significados da palavra resiliência para as nossas vidas profissional e pessoal, encontramos algo que nos norteia e ao mesmo tempo nos alerta: você vai passar todos esses anos que lhe restam resistindo às mudanças e sofrendo? Ou vai tomar a atitude de compreender as mudanças e procurar ser um pouco mais maleável e flexível, impedindo que a pressão do cotidiano te destrua?
Você vai ser resistente ou resiliente? Arrisco afirmar que a depressão, tão comum para o homem moderno, é muito mais freqüente entre os resistentes. Será que os fortes, agressivos e imbatíveis dinossauros, que tinham a fama de serem os bichos mais resistentes do planeta, não pereceram de depressão por não se adaptarem às mudanças exigidas em sua época?
Fala-se muito na capacidade de suportar a pressão do dia-a-dia.
O que é mais importante? Resistir à pressão da vida moderna ou adaptar-se a ela?
Por Marcelo Aguilar Às vezes confundimos o uso da palavra resistência (a capacidade de não ceder a um estresse físico ou emocional), com a palavra resiliência (que significa a capacidade de se recuperar, ou retornar à forma original, depois que esse estresse passa).
Uma mesa de madeira tem alta resistência, e não cede até que a pressão seja tão insuportável que a faça quebrar...
Já um pneu de automóvel tem alta resiliência, pois pode ser torcido e levar pancada que retorna, rapidamente, a seu estado original.
Por isso mesmo não se fazem mais rodas de madeira! A palavra resiliência é de origem inglesa e foi registrada pela primeira vez em 1824. A palavra foi usada originalmente para explicar fenômenos físicos e biológicos que estavam sendo descobertos naquela época. Ajudou a descrever as propriedades do processo de vulcanização da borracha descoberto por Charles Goodyear em 1839, o mesmo que emprestou seu nome para a famosa marca de pneus. Assim como ajudou a esclarecer, em 1864, a teoria da evolução das espécies de Darwin (outro Charles, por coincidência) – que nunca disse que quem vence é o mais forte, e sim o mais adaptável. Os primeiros mamíferos surgiram na mesma época dos dinossauros, mas não me recordo de ter visto tiranossauros andando por aí nos últimos dias.
Por que os mamíferos também não desapareceram? Porque sempre foram mais resilientes que os dinossauros. E no caso do homem moderno? A psicologia e a educação tomaram emprestado o termo resiliência mais de 100 anos depois de sua criação. (E aqui vale um parênteses: isso acontece muito com as palavras. Elas são criadas, em diversas línguas, e depois vão expandido seus significados, ajudando-nos a compreender melhor a complexidade crescente do mundo... Cada dicionário novo lançado é mais “gordo” que o anterior).
Então, para a psicologia e a educação, resiliência é a capacidade de se recuperar e se ajustar rapidamente, em termos emocionais, às pressões e mudanças da vida. Considere agora o fato de que o tempo médio de vida do ser humano está se estendendo de forma espantosa. Há um século, a expectativa de vida era de 40 anos. Hoje, está próxima dos 80. Especula-se que um indivíduo de 40 anos de classe média ou alta, de hábitos saudáveis, vá viver até quase os 100 anos de idade.
Ora, se extrapolarmos os significados da palavra resiliência para as nossas vidas profissional e pessoal, encontramos algo que nos norteia e ao mesmo tempo nos alerta: você vai passar todos esses anos que lhe restam resistindo às mudanças e sofrendo? Ou vai tomar a atitude de compreender as mudanças e procurar ser um pouco mais maleável e flexível, impedindo que a pressão do cotidiano te destrua?
Você vai ser resistente ou resiliente? Arrisco afirmar que a depressão, tão comum para o homem moderno, é muito mais freqüente entre os resistentes. Será que os fortes, agressivos e imbatíveis dinossauros, que tinham a fama de serem os bichos mais resistentes do planeta, não pereceram de depressão por não se adaptarem às mudanças exigidas em sua época?
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