sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Fed injeta mais US$ 5 bi no mercado e total chega a US$ 152 bi

O Federal Reserve (Fed, o BC americano) fez uma nova injeção de liquidez no sistema bancário nesta sexta-feira, de US$ 5 bilhões. Com isso, o total das intervenções do Fed desde o último dia 9 já passa de US$ 152 bilhões.

Hoje, o presidente do Fed, Ben Bernanke, prometeu que o banco central vai atuar "à medida que seja necessário" para diminuir os efeitos da crise hipotecária de crédito de alto risco (subprime) que afeta o país.

Bernanke fez o anúncio em uma conferência em Wyoming (centro-oeste dos EUA), poucas horas antes do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fazer um pronunciamento na Casa Branca, em que se espera um plano de ajuda federal para os norte-americanos que não conseguem pagar suas dívidas hipotecárias.

Esta foi a quinta liberação consecutiva de recursos do Fed nesta semana. Ontem, o banco já havia disponibilizado US$ 10 bilhões, na quarta-feira US$ 5,2 bilhões; na terça-feira, US$ 2 bilhões; e na segunda-feira outros US$ 9,5 bilhões (só nesta semana já foram liberados em operações de curto prazo pelo Fed US$ 31,7 bilhões).

As liberações de recursos começaram no dia 9, quando o banco francês BNP Paribas congelou os resgates em três fundos alegando dificuldade de calcular a exposição desses fundos a investimentos ligados ao mercado de hipotecas de risco nos EUA. O BCE (Banco Central Europeu) fez uma liberação de cerca de US$ 130 bilhões logo após a decisão do BNP e o Fed, no mesmo dia, seguiu caminho semelhante, com a liberação de US$ 24 bilhões.

As iniciativas dos dois bancos foram seguidas por outros BCs no mundo, para evitar uma eventual crise de liquidez (oferta de dinheiro) em seus respectivos sistemas bancários --que poderia decorrer dos temores quanto à extensão da crise dos créditos imobiliários de risco nos EUA.

As injeções de recursos do Fed, no entanto, têm tido pouco efeito para restaurar a confiança dos investidores nos mercados de crédito. A medida que teve efeito mais significativo até o momento foi a redução da taxa de redesconto (usada pelo Fed para conceder empréstimos de curto prazo a instituições com escassez temporária de liquidez causada por problemas internos ou externos) feita no último dia 17.

O que os investidores esperam, no entanto, é um corte na a taxa básica de juros do Fed, a dos fundos federais (a principal da política monetária americana e que tem efeito direto sobre o setor produtivo), que foi mantida em 5,25% ao ano.

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