segunda-feira, 13 de agosto de 2007

''''A paixão pelo rock não morre'''', O cantor Klaus Meine fala da longevidade do Scorpions, que faz concerto amanhã

Afinal, alguém ainda precisa do Scorpions? A pergunta teima em aparecer sempre que os alemães lançam um novo álbum ou reaparecem para uma turnê no Brasil, como é o caso agora. A extensa lista de shows, que neste ano inclui a Ásia, a participação de nomes como o produtor Desmond Child e Billy Corgan, do Smashing Pumpkins, no novo álbum da banda e a venda relâmpago de todos os ingressos para a apresentação que eles farão em São Paulo, amanhã, respondem à questão.O próprio Klaus Meine, de 59 anos, voz do grupo desde o início, em 1965, garante que o interesse dos jovens pelo Scorpions só cresce e que isso os mantém ativos até hoje. ''''Vejo muitos fãs jovens nos nossos concertos. Eles estão conhecendo o rock com a ajuda dos pais e dos irmãos mais velhos. '''' E a aposentadoria, Klaus? ''''Nem sabemos como soletrar essa palavra (risos)''''. De Hannover, na Alemanha, ele falou ao Estado. Lembrou das festas no Copacabana Palace, durante o Rock in Rio, contou sobre o novo álbum, revelou que quase parou de cantar e disse ser fã do The Killers.Você esteve no Brasil em 1985, no Rock in Rio. Quais as lembranças daquele período?Nós fizemos dois shows. Foi fantástico. Eram muitos fãs e grandes bandas, como AC/DC, Queen, Iron Maiden, Ozzy Osbourne. Fazer parte de um festival como o Rock in Rio, um dos maiores do mundo, foi incrível. As festas no Copacabana Palace, as saídas com o pessoal do AC/DC. Me lembro que fomos à praia com o pessoal do AC/DC. Foi demais. Eu me perguntava a toda hora se estava sonhando.Você espera a mesma energia agora, de volta ao Brasil?O público brasileiro é muito leal. Eles se interessam bastante pela banda e amam a música.Vocês tocaram também em Manaus e no Recife. E por que vocês decidiram tocar em Manaus?Queríamos mostrar ao mundo a importância da floresta amazônica, chamar a atenção para o aquecimento global. Muitas bandas tocam em São Paulo, no Rio, mas poucas se apresentam por lá. Isso mostra nosso respeito pelos fãs brasileiros.Depois de todo esse tempo, como você mantém a energia para viajar e escrever canções?Acho que é a paixão pelo rock , que nunca morre. Quando criamos o Scorpions, nos anos 60, tínhamos um sonho. Foi o rock que nos colocou na história. Quando pensamos nisso, após tantos anos, dos milhões de fãs pelo mundo, é recompensador.Então vocês não pensam em aposentadoria?Nem sabemos como soletrar essa palavra (risos).E o novo álbum, Humanity Hour 1?Gravamos em Los Angeles, com Desmond Child e James Michael como produtores, que também ajudaram a compor. Houve um pool criativo, uma nova experiência para nós. Desmond veio com a idéia de um conceito de humanidade, de usar a música para tentar mudar algo no mundo. Teve a participação de Billy Corgan, do Smashing Pumpkins, que estava no mesmo estúdio que nós e cresceu ouvindo nossa música.Scorpions, AC/DC, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Motorhead. Todas essas estão na estrada e gravando novos discos. Você acha que os fãs preferem as bandas antigas?Os fãs dessas bandas sabem que, quando vão a um concerto, terão um grande show. A diferença é que esses grupos estão há anos e anos na estrada, têm décadas de experiência e sabem como entreter os seus fãs, enquanto que as bandas novas levam um tempo para desenvolver isso. E, o mais importante, elas têm uma grande bagagem musical. Muitos cresceram com nossas músicas, se apaixonaram com nossas músicas. Vejo muitos fãs jovens nos nossos concertos. Eles estão conhecendo o rock com a ajuda dos pais e dos irmãos mais velhos. Depois vão conferir o show ao vivo. Ficamos orgulhosos por isso.Você está ouvindo alguma banda nova?Me apaixonei por essa banda nova, The Killers. Também gosto de My Chemical Romance.Em 80, você teve problemas com a sua voz. Você pensou em parar de cantar naquela época?Depois de duas cirurgias nas cordas vocais, eu achava que não conseguiria cantar mais. Procurei o Rudolf Schenker, o guitarrista, e disse para ele procurar um outro cantor. Achava que era o fim da linha para mim. Rudolf disse: a banda vai esperar por você. Após alguns meses, quando a minha voz estava recuperada, gravamos o álbum Blackout. Foi como se eu tivesse começado uma nova vida.Scorpions. Credicard Hall(7 mil pessoas). Avenida das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, 6846-6010. Amanhã, 21h30. R$ 100 a R$ 500

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