segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Redação sem título não perde nota no Enem, segundo a coordenadora da correção, o que vale são os argumentos

.Veja dicas de professores para fazer um bom título nos vestibulares.

A redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem ) pode ficar sem título: ponto para os esquecidos de plantão. Na manhã desta segunda-feira (27), candidatos e internautas do G1 levantaram a dúvida com receio: “Perde nota no Enem quem faz dissertação sem título?”. A coordenadora geral de correção das redações do Enem, Gisele Gama, foi categórica: “Isso é bobagem”.

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“Tem gente até que não põe o título para aproveitar o espaço da folha para argumentar. São só trinta linhas, e se o candidato argumentar bem, não tem esse problema. Nunca houve desconto de nota”, explica. Tanto é que o caderno de provas e a folha de resposta do exame não fazem nenhuma recomendação sobre isso.

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No entanto, segundo Gisela, a dissertação deveria ter um título e, durante o ensino médio, os candidatos são instruídos para isso. “Sugerimos um tema, que pressupõe título. Faz parte da metodologia da redação”, diz. “Mas em uma situação de prova isso [esquecer o título] é irrelevante. O argumento tem mais valor”. A coordenadora enfatiza que a correção do Enem não pretende punir os candidatos e, “tudo o que for possível”, vai ser considerado em favor do estudante. “Acabei de pegar algumas provas e vi candidatos que escrevem 15 linhas com grande espaçamento, ou só usaram o meio da linha. A redação ficou do tamanho de um bilhetinho, mas não vai ser anulada. Também não significa que vai ter uma boa nota.”

Dicas para um bom título

Em grandes vestibulares, o título também não costuma ser motivo para descontos de pontuação, segundo a professora do laboratório de redação do Objetivo, Maria Aparecida Custódio. “Na Fuvest, por exemplo, há redações que receberam dez e não tinham título. Quando um candidato faz um bom texto, a ausência de título mostra só um esquecimento”, diz. Para ela, uma dica é fazer um título a lápis, em “letras garrafais” na folha de respostas.

“Assim, o candidato não corre o risco de esquecer”. O título, segundo Maria Aparecida, deve provocar impacto e mostrar criatividade, sem repetir o tema proposto pela banca. Para o professor do Anglo, Eduardo Antônio Lopes, mesmo não sendo obrigatório para grandes processos seletivos, fazer aquele esforço por um título criativo.

“Ele destaca o que tem de mais importante e atrai leitores. Pode até ajudar na coesão, unidade e coerência do texto”, afirma. No entanto, pondera: “Se o candidato não tiver aquela idéia boa e se o processo seletivo não pedir, o título é indiferente”.

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