sábado, 11 de agosto de 2007

Presa em Curitiba quadrilha que recebia colaboração de delegado da Polícia Civil

Policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prenderam, na manhã desta sexta-feira (10), em Curitiba, uma quadrilha especializada em furto e desvio de carga e em assaltos a estabelecimentos comerciais e a clientes de bancos. De acordo com o delegado-chefe do Cope, Miguel Stadler, estariam envolvidos com a quadrilha um delegado da Polícia Civil preso na operação e também o chefe de serviços de uma agência bancária. A operação, chamada de “Remédio Amargo”, prendeu 18 suspeitos, nove, nesta sexta-feira.“As cargas roubadas estão avaliadas em R$ 4 milhões. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e nove de prisão apenas hoje”, disse o delegado chefe do Cope.Além do delegado, foram presos Márcio Motta de Mello, 38 anos, e sua esposa, Stela Maris M. Albano, 32, Leila Margarida Alves Pinto, 44, seus filhos, Samuel Alves Pinto, 25, Thiago Alves Pinto, 21, Edson Jerônimo da Cunha, 40, e o sobrinho do delegado, Marcos Roberto do Valle, 32 , além de Laércio Xavier Cunha, 28, chefe de serviço uma agência bancária, no bairro Pinheirinho. O nome do delegado de polícia preso não poderá ser divulgado, já que seus advogados requereram a não identificação do policial (nome, imagem e distrito onde trabalhava), fundamentando o pedido no artigo 5.º, inciso X, da Constituição Federal.Remédios – De acordo com o delegado operacional do Cope, Renato Bastos Figueiroa, as investigações começaram quando proprietários das empresas de distribuição de medicamentos registraram os roubos de cargas. “Iniciamos a investigação e descobrimos onde estaria parte do remédio roubado”, contou. A polícia informou que encontrou parte da carga numa escola desativada, no Centro de Curitiba, no final de junho deste ano. “Nesta escola prendemos dois homens. Um deles é Gerson Luiz Alves Pinto, 46, marido da Leila”, contou o delegado. De acordo com a polícia, o outro detido seria o receptador dos remédios, que tem o nome protegido pela Justiça. “A partir desta prisão, começamos a identificar todos os integrantes da quadrilha”, afirmou Figueiroa. A outra parte da quadrilha, formada por Fernando Carlessi, 32 anos, Cristoffer Schenkel Chagas, 25, e Thiago da Silva Batista, 21, Robson José da Silva, 26, e Martorelli Telles Pereira, 20, foi presa no início deste mês, acusada de roubar uma carga de TVs de tela plana. “A quadrilha que roubou a carga de TVs de tela plana é formada por ladrões que também participaram de roubos a cargas de remédios. Eles ameaçavam o receptador dos remédios”, explicou Figueiroa. Segundo o delegado, mais três envolvidos já haviam sido presos pela polícia em outras investigações. Diego Ribeiro dos Anjos, 23, foi preso em Rondônia, no mês de junho, Davi Dumas Silva, 40, foi preso por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos, e Fernando Lourenço da Silva, 38, foi preso pela polícia catarinense e está detido em Balneário Camboriú. A polícia ainda procura Jéferson da Silva Batista, 25, e Francisco Pereira da Rocha Junior, 27. Os detidos serão acusados de formação de quadrilha, roubo e receptação. O delegado foi levado para a Corregedoria da Polícia Civil e deverá ser encaminhado à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. A Corregedoria aguardará o término das investigações e abrirá um procedimento administrativo, onde investigará também a participação do delegado nestes crimes. O delegado deve ser expulso da Polícia Civil. Frentes – Segundo o delegado Renato Bastos Figueiroa, a quadrilha trabalharia em duas frentes. A primeira, de acordo com a polícia, visaria roubos a estabelecimentos e a cargas. “Um dos integrantes da quadrilha, o Samuel Alves Pinto, trabalhava como motorista de uma das distribuidoras de remédios. Como ele trabalhava lá, sabia quando as cargas chegavam e saíam dos barracões”, explicou o delegado. A polícia informou que Samuel alimentaria a quadrilha com informações privilegiadas. “Com estas informações, a quadrilha armava um esquema, onde um grupo de se organizava para assaltar o barracão. Eles rendiam os funcionários e levavam a carga. Assim eles assaltaram as empresas Luft Express e Vianet Express. Ainda não sabemos como exatamente o delegado operava com a quadrilha, mas sabemos que ele receberia um terreno em Guaraqueçaba pela participação no esquema”, comentou Figueiroa. Com a carga roubada, a quadrilha precisaria de um receptador. “A quadrilha queria vender a carga de remédios por cerca de um R$ 1 milhão. Na primeira negociação, o receptador aceitou comprar a carga, mas em seguida queria comprar por um valor mais baixo, já que descobriu que parte dos remédios da carga era de amostra grátis”, disse Figueiroa. Diante da barganha do receptador, a quadrilha, de acordo com Figueiroa, teria forçado o receptador a fazer uma minuta em um cartório de Curitiba, passando alguns imóveis para o nome de integrantes da quadrilha como uma forma de garantia que o negócio seria feito. Um terreno em Guaraqueçada teria sido passado para o delegado, mas registrado em nome de Marcos Roberto do Valle.A quadrilha também estaria envolvida em vários assaltos. A polícia ainda continua as investigações.Banco – A polícia descobriu, durante as investigações, que Laércio Xavier Cunha, chefe de serviços de uma agência bancária, no bairro Pinheirinho, ajudaria a quadrilha a identificar clientes que sacavam valores altos por dia. “O Cunha identificava o cliente, avisava o Marcos Roberto do Valle que, por sua vez, falava para o delegado, passando todas as características do cliente e informando quanto ele sacara”, explicou o delegado Figueiroa. Assim que era informado, o delegado, que está detido, detalhava as características dos clientes para o Márcio Motta de Mello, que articulava ao roubo. Presos:Márcio Motta Mello – um dos líderes. Era um dos contatos com o delegado.Samuel Alves Pinto – era funcionário de uma empresa distribuidora de remédios. Segundo a polícia, alimentava a quadrilha com informações sobre as cargas.Thiago Alves Pinto – era uma das pessoas que realizava os assaltos.Leila Margarida Alves Pinto – Esposa do Gérson e receberia um terreno em troca da carga de remédios.Stela Maris M. Albano – Mulher de Márcio. Márcio a usava como “laranja”. Delegado – É um dos líderes. Dava suporte para a quadrilha. Avisaria se a polícia estivesse investigando, além de ser o contato com Marcos Roberto do Valle, seu sobrinho, e o Márcio. A polícia ainda não sabe exatamente qual era o papel operacional durante os roubos de remédios, mas descobriu que ele receberia um terreno. Também ajudava a quadrilha nos roubos a clientes de banco. Edson Jerônimo da Cunha – Motorista da quadrilha. Marcos Roberto do Valle – ficava dentro do banco. Contatava o gerente do banco e informava o delegado.Laércio Xavier Cunha – chefe de serviços do banco que informaria a quadrilha de como e quando os clientes sacavam dinheiro no banco. Também seria responsável por trocar notas de dinheiro falsa dentro do banco.Thiago da Silva Batista - era uma das pessoas que realizava os assaltos.Fernando Carlesse - era uma das pessoas que realizava os assaltos.Cristofer Schenkel Chagas Dias - era uma das pessoas que realizava os assaltos.Robson Jose da Silva - era uma das pessoas que realizava os assaltos.Gerson Luiz Alves Pinto – Seria um dos assaltantes também.Diego Ribeiro dos Anjos - Seria um dos assaltantes também.Dori Dumas Silva - Seria um dos assaltantes também.Fernando Lourenço da Silva – Seria um dos assaltantes também.Foragidos:Jéferson da Silva Batista e Francisco Pereira de Rocha Junior também participavam dos assaltos.

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