quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Covas ‘fala’ com Virgílio, mas se esquiva do neto

Conforme noticiado aqui, Arthur Virgílio escora-se em Tancredo Neves e em Mário Covas para contornar o assédio que Lula exerce sobre o tucanato, por meio dos governdores Aécio Neves e José Serra. Tancredo, presente no gabinete do líder do PSDB em retrato, vigia-lhe a coerência. Quanto a Covas, Virgílio disse que chega mesmo a sair da “esfera terrestre” para “dialogar” com ele. E Covas lhe diz, em “sessão espírita”: “Arthur, vote contra a CPMF.”
Ouvido pela repórter Mônica Bergamo, da Folha (só assinantes), o neto do ex-governador paulista, Bruno Covas, contou que não dispõe da mesma linha direta com o avô. Com uma ponta de inveja, disse, entre risos: “Eu fiquei até com vontade de ligar e pedir para o Arthur Virgílio perguntar para o meu avô o que ele está achando da minha atuação como deputado estadual.”

Esteja onde estiver, Covas há de ter Virgílio em alta conta. Entre os membros da família, ninguém dispõe do mesmo canal de comunicação com o além. O máximo que se obteve foi uma conexão indireta.

“Uma tia da minha mãe, que é espírita, falou para a minha avó [Lila Covas], um dia, que uma entidade falou sobre o Mário Covas”, contou Bruno. Segundo o relato da tal "entidade", Covas “estava bem”. E ficou nisso.

Bruno parece acreditar em Virgílio só até certo ponto. O ponto de interrogação: “Eu acho difícil que o Arthur Virgílio converse com o Mário Covas. Como também acho difícil que ele realmente bata no presidente Lula, como ele falou certa vez, né?”

Mas afinal, Covas votaria contra a CPMF? Bruno delega a resposta ao detentor do monopólio das mensgens do avô: “Ah, olha, aí pergunta para o Arthur Virgílio, que conversa com ele”.

O líder do PSDB deveria levar o neto de Covas a uma de suas “sessões espíritas”. Melhor: deveria convidar também o amigo José Serra. Quem sabe Covas não diz algo assim: “Serra, pare de encher o saco do Arthur. Esqueça o Lula, Serra. Oposição

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