terça-feira, 18 de setembro de 2007

6,4 milhões de cartas paradas

Três dias úteis de greve dos funcionários dos Correios já provocam o acúmulo de 6 milhões de cartas, telegramas e encomendas na região metropolitana de São Paulo e baixada santista no Centro de Distribuição da empresa, na Zona Oeste da Capital. Já o Interior tem 400 mil objetos postais atrasados, 10% da distribuição diária.

Desse total, apenas 100 mil são considerados urgentes, como o Sedex. Em caráter de emergência, a empresa contratou no sábado 800 funcionários temporários para tentar atender à demanda de 24 milhões de objetos postais processados por dia no Estado.

De acordo com a empresa, apesar de o número chamar a atenção, se a greve acabar hoje, a situação voltará ao normal rapidamente. No entanto, se os funcionários decidirem manter a paralisação, a tendência é aumentar gradativamente o acúmulo das cartas. O Sedex 10 e Sedex Hoje, entregues até as 10 horas e no mesmo dia, respectivamente, continuam suspensos. Já o Sedex tradicional funciona normalmente.

Os grevistas pedem um reajuste de 47,77% e aumento real de R$ 200 nos salários. O índice, de acordo com a categoria, cobre perdas ocorridas a partir de 1994. Na contraproposta, os Correios se comprometeram a pagar apenas um abono de R$ 400, em parcela única. A estatal oferece reajuste de 3,74% mais vale-refeição extra em dezembro.

Ontem, a Diretoria Regional de São Paulo Metropolitana informou que somente 35% dos trabalhadores operacionais estão parados , cerca de 7 mil funcionários. Na sexta-feira, o índice era de 37%.
No final da tarde, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) deu um ultimato aos grevistas: ou voltam ao trabalho ou não haverá mais negociações e o caso será tratado na Justiça. A estatal pretende recorrer ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) para que a greve seja julgada, conforme divulgou a assessoria de imprensa da empresa. Com a iniciativa, os Correios buscam a conciliação judicial, por meio de uma ação de dissídio coletivo, que é uma alternativa para questões não solucionadas pela negociação direta entre as partes.

Multa de R$ 100 mil por dia Hoje, em São Paulo, o juiz do trabalho Nelson Nazar decidirá após uma reunião de conciliação se acolhe liminar do Ministério Público (MP) para multar, em R$ 100 mil por dia, o sindicato da categoria. O MP exige que pelo menos 70% dos funcionários trabalhem durante a greve.

A empresa argumenta que já cedeu em diversos pontos e espera a decisão dos trabalhadores pelo encerramento do movimento até o meio-dia de hoje.
De acordo com a assessoria dos Correios, os diretores aceitaram algumas reivindicações da categoria, como o auxílio-creche, o incremento do Correio Saúde - o plano de saúde dos funcionários -, um avanço no Plano de Cargos, Carreira e Salários e na Participação nos Lucros e Resultados.

Caso os trabalhadores decidam pelo fim da greve hoje, a empresa se compromete a pagar pelos dias não trabalhados. Caso contrário, a ECT ameaça entrar na Justiça contra os grevistas e não pagar pelos dias de paralisação.

Segundo representantes da categoria, mesmo que os dirigentes da federação aceitem o retorno ao trabalho, a decisão sobre a manutenção ou não da greve terá de ser tomada em assembléias regionais

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