domingo, 30 de agosto de 2009

Muricy volta ao Morumbi e, na saída do gramado, detona os desafetos tricolores

Antes e depois do clássico, muitos jogadores do São Paulo abraçaram o atual treinador da equipe do Palestra Itália

Carolina Elustondo, Marcelo Prado e Paula Ab São Paulo


Muricy não esconde o nervosismo ao descer do ônibus do Palmeiras

O relógio marcava 14h44 quando o ônibus que trazia a delegação do Palmeiras adentrou o estádio do Morumbi. Nele estava o principal personagem do clássico contra o São Paulo: o técnico Muricy Ramalho, que, pela primeira vez desde janeiro de 2006, não se dirigiu para o vestiário principal do Cícero Pompeu de Toledo. Afinal, comandou a equipe durante três anos e meio até ser demitido após a desclassificação na Taça Libertadores da América, em abril. Um mês depois, acabou contratado pelo Verdão.

Com o semblante sério, ele não quis conversa com os jornalistas.


Meia hora depois, aconteceu o momento mais esperado. Com o uniforme da comissão técnica alviverde, o treinador subiu para o gramado e dirigiu-se para o banco palmeirense. E, mesmo que timidamente, a torcida são-paulina, grande maioria nas arquibancadas, o vaiou.


Ao ser questionado sobre o fato, o treinador, nervoso, deu sua tradicional 'patada'.


- Vocês (jornalistas) só gostam de valorizar coisas ruins.

Washington cumprimenta o treinador alviverde antes do jogo começar

Na sequência, vários jogadores do São Paulo, entre eles Rogério Ceni e Dagoberto, se deslocaram até o banco de reservas do Palmeiras e abraçaram o treinador, como uma prova de reconhecimento pelo ótimo serviço prestado enquanto ele esteve na equipe do Morumbi. Afinal, foram três títulos nacionais em 2006, 2007 e 2008.


A partida começou, e Muricy Ramalho, como é do seu costume, gesticulava muito para comandar a equipe, que iniciou o jogo melhor que o adversário. Logo, foi obrigado a queimar uma alteração, já que o zagueiro Maurício Ramos se contundiu. Ele colocou Marcão no seu lugar. Ele também mudou o esquema tático do time, que saiu do 4-4-2 para o 3-5-2.

Treinador reclama de uma falta cometida por Miranda em Ortigoza

Aos 43, o treinador discutiu com Héber Roberto Lopes para reclamar de uma falta de Miranda em cima de Ortigoza. O árbitro o repreendeu e, em seguida, aplicou o cartão amarelo para o camisa 5 do time do Morumbi. Já nos descontos, o treinador se desesperou com a oportunidade perdida por Diego Souza, que após falha de André Dias, avançou livre e bateu à direita do gol de Rogério Ceni.


No intervalo, Muricy resolveu fazer a segunda alteração. Ele sacou o paraguaio Ortigoza e colocou o volante Souza. E explicou os motivos.


- Com isso, o Cleiton (Xavier) e o Diego (Souza) estão soltos para buscarem as jogadas individuais. Com isso, podemos ter mais qualidade na chegada ao ataque.


A etapa complementar começou e, como havia acontecido no primeiro tempo, o Verdão foi melhor. Mas novamente o treinador foi obrigado a fazer uma alteração, já que Cleiton Xavier, que entrou no sacrifício, com dores no tornozelo direito, pediu substituição. No seu lugar, entrou Dayvid Sacconi.

Com a saída do seu principal articulador, o Palmeiras viu o São Paulo reequilibrar a partida. E, nos últimos 15 minutos, apesar da grande disputa no meio-campo, o jogo caiu em qualidade.

Quando Héber Roberto Lopes apitou o fim da partida, Muricy caminhou pelo gramado. E novamente foi abraçado pelos jogadores do São Paulo. Quando reencontrou os jornalistas, não economizou nas críticas a alguns diretores do time do Morumbi, que sempre trabalharam pela sua saída.

- Vocês podem observar que eu estou mais light aqui no Palmeiras. Porque os caras são parceiros, tem aquela coisa do sangue italiano e isso me deixa mais tranquilo. Você olha para o lado e vê um parceiro e não um traíra. Aqui tinha um ou dois que não faziam p....nenhuma mas eram muito vaidosos. E isso eu não gosto mesmo.

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