terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Esoterismo místico - Por: Marco Anconi

Marco Anconi - No século V d.C. estruturou-se um dos mais importantes movimentos esotéricos do ocidente, o “esoterismo místico” ou simplesmente “misticismo” que teve origem bem antes, nas tradições egípcias, passando por Aristóteles que, a exemplo de seu mestre, Platão, seguia a filosofia do pensamento lógico, mas nem por isso abdicava do abstrato, do divino que, por mais paradoxal que pareça, têm fundações únicas.

A palavra “misticismo” vem do idioma grego e tem significado próximo da expressão "iniciado" (buscador). É a busca para alcançar comunhão ou identidade consigo mesmo, clareza de consciência da realidade “primeva” (o que sempre houve antes do existir), do divino, verdade espiritual, ou Deus através da experiência direta, da intuição e a crença de que tal experiência é a única fonte importante de conhecimento, entendimento e sabedoria.

O “misticismo” se baseia em um postulado contemplativo que concebe Deus como absolutamente transcendente, além da Razão, do pensamento, do intelecto e de todos os processos mentais. Para o místico Deus não é (é = verbo ser, Ser = criatura), pois só o fato de Ser descaracteriza O Incriado, ou Creador (que dá início, que faz surgir). O “misticismo” pode ser mais bem entendido como sendo a prática, estudo e aplicação das leis que unem o homem à Natureza e a Deus.

A Natureza aqui não é a física, mas sim a “natural” ou “espiritual”, o que nos torna transcendentes e nos unifica com o Creador. Portanto o “esoterismo místico” nos orienta (dirige) para dentro de nós mesmos, em busca da porção sublime que nos anima; que nos dá vida; nosso “Anima Mundi“.

Nossa cultura ocidental faz uso indiscriminado do termo “místico” e o aplica a todos os movimentos que fogem do tradicional ou do religioso instituído. Nem tudo que é esotérico é místico e nem tudo que é místico é esotérico. A vulgarização do termo busca antes confundir que esclarecer, pois há milênios que os ortodoxos (aqueles que seguem a letra morta dos livros religiosos) tentam denegrir o que não está posto, que não é norma ou lei imposta pelas instituições.

Citando o livro "O Mundo de Sophia", quando fala sobre misticismo: “Uma experiência mística significa experimentar a sensação de fundir sua alma com Deus. É que o "eu" que conhecemos não é nosso "eu" verdadeiro e os místicos procuravam conhecer um "eu" maior que pode possuir várias denominações: Deus, espírito cósmico, universo, etc. No entanto, para chegar a esse estado de plenitude, é preciso passar por um caminho de purificação e iluminação através de uma vida simples.”

O “esoterismo místico” prega a experiência direta do divino, comumente chamada de “experiência mística”, ou “iluminação”. A “experiência mística” é um estado de consciência em que o “místico” tem um vislumbre daquilo que está além deste plano físico e é descrito como união com o “Todo“ e que só pode ser alcançado, segundo os místicos, por uma disciplina espiritual que visa distanciar-se das coisas, do mundano, do mundo material. O místico procura na prática espiritual e no estudo das coisas divinas, mais que na racionalidade, as bases para suas concepções de vida.

Ser místico é ter um “olho” voltado para dentro si mesmo, é buscar o conhecer-se antes de conhecer o mundo.
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