terça-feira, 20 de novembro de 2007

As cobaias do Garimpo Roosevelt


Luizinho Carvalho / Espigão do Oeste – Desde o inicio da semana o movimento nas ruas de Espigão do Oeste tem aumentado com o grande numero de garimpeiros que chegam à cidade fugindo do garimpo do Roosevelt. Em pequenos grupos os mineradores chegam à cidade trazendo nas costas o que sobrou de suas “traias”. Após as denuncias veiculadas na mídia dando conta da continuidade dos trabalhos dentro do garimpo, a Policia Federal aumentou o cerco em torno da reserva ficando quase impossível à entrada de equipamento e provisões para os homens continuarem o trabalho nas escavações.

Com isso muitos garimpeiros estão abandonando a área por não ter mais condições de manter as equipes trabalhando. Esse reflexo que vem se abatendo sobre o garimpo da Reserva Roosevelt está repercutindo na desistência de muitos grupos de garimpeiros tidos como “Manso” que buscavam as pedras com o uso de pares de maquina, em um trabalho em parceria com os índios. Segundo alguns dos mineradores as dificuldades começaram a surgir com o racionamento dentro da “Fofoca” e o alto preço dos combustíveis no barranco, a maioria não tem mais como manter os trabalhos.

Os donos de maquinas dispensam os “Rodados” que sem ter o que fazer no garimpo saem de magrudada para fugirem da fiscalização da Policia Federal e retornam a Espigão do Oeste. Como a maioria não tem uma ocupação fixa, passam o dia perambulando pelas ruas da cidade em busca de sabes se lá o que. Pedro Simão, o Coxipó é só um entre as dezenas de retirantes do garimpo, meio que desconfiado arriscou falar de sua passagem pelo Garimpo Roosevelt: “Esse garimpo só deu para minha cabeça, com dois meses lá dentro não consegui quase nada, o pouco que arrumei gastei para me manter”.

Os gastos com mantimentos e combustível e a porcentagem dos índios praticamente consume toda a produção de pedras dos donos de maquinas por isso a maioria está desistindo do garimpo esperando por dias melhores. “O garimpo hoje só tá bom para os compradores de pedras, eles não correm riscos e pagam o que querem pelas pedras, além do mais tá acontecendo muito rolo lá dentro, hoje não compensa mais enfrentar essa parada”. Afirmou o garimpeiro. Com esse aumento repentino da população, novamente o município de Espigão do Oeste começa a vivenciar o lado negativo do garimpo.

Os postos de atendimento médico do município já sentem o reflexo dessa debandada dos garimpeiros, todos os dias vários enfermos dão entrada na rede municipal de saúde, sem contar na insegurança da população que se vê ameaçada com a presença de tantos forasteiros perambulando pelas ruas sem uma ocupação.

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