terça-feira, 22 de maio de 2007

Pesquisa da USP revela que 72% dos motoristas bebem


Uma pesquisa realizada pela Escola de Enfermagem (EE) da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto, revelou que o uso abusivo de bebidas alcoólicas nas estradas preocupa: 72% dos motoristas entrevistados bebem (geralmente cerveja) e, desses, 31% já sofreram acidentes de trânsito.

Do total de 1.014 motoristas entrevistados, entre agosto e novembro do ano passado, 81% eram de caminhoneiros - os demais eram motoristas de caminhões pequenos ou de carros.

Dos caminhoneiros, quase 60% são autônomos e não têm convênio de saúde e dependem de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Em médio e longo prazos, os motoristas também poderão ter problemas crônicos de saúde. Para a professora doutora da EE, Sandra Cristina Pillon, que orientou a pesquisa da mestranda Josélia Domingos, a questão é de saúde pública, o que mais chamou a atenção.Dos 735 motoristas que bebem, 196 já possuem alguma doença crônica e 189 tomam medicamentos.

Em 70 deles foi identificada a hipertensão arterial severa, em 33 a diabetes e 56 com níveis glicêmicos altos e que podem levar à diabetes."Beber, todos bem, mas como? Verificamos que 45% bebem excessivamente, mais que três doses por vez e pelo menos uma vez por semana ingerem mais que cinco doses", comentou Sandra.

Cada dose corresponde a uma lata de cerveja, ou seja, 350 ml. Segundo Sandra, a embriaguez (acima de seis doses) foi detectada em 30% dos entrevistados.Muitos dos motoristas apresentavam sobrepeso, eram fumantes, casados, tinham um nível baixo de escolaridade, católicos, com idade média de 40 anos e trabalhando entre dez e 12 horas por dia.

O questionário foi elaborado por um pesquisador americano, usado pela Organização das Nações Unidas (ONU), e o estudo foi feito durante as campanhas Saúde nas Estradas, da concessionária Autovias.Com o resultado, os pesquisadores fazem campanhas preventivas, orientando os motoristas sobre os possíveis riscos à saúde no futuro, já que os caminhoneiros, principalmente, dormem mal e alimentam-se inadequadamente quando estão nas estradas

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