quinta-feira, 19 de março de 2009

Prazo para retirada de não índios da reserva Raposa/Serra do Sol será negociado com Tarso

O relator do processo da demarcação da reserva Raposa/Serra do Sol (RR), ministro Carlos Ayres Britto, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta quinta-feira que até amanhã define quando os não índios terão de deixar o local. Antes, Ayres Britto quer conversar com o ministro Tarso Genro (Justiça) e representantes do TRF-1 (Tribunal Regional Federal), da 1º Região, para saber mais informações sobre a ocupação dos produtores na área.

Segundo Ayres Britto, é necessário reunir condições para estabelecer o prazo, fixado hoje durante julgamento da Suprema Corte que será de "execução imediata". De acordo com o ministro, será definido um prazo comum a todos os produtores, exceto uma ou outra situação específica.

"É preciso reunir condições de operacionalização", afirmou Ayres Britto. "Será um prazo comum. A menos que me tragam alguma situação excepcional", disse ele.

O ministro sinalizou que respeitará as exposições apresentadas por Tarso e pelos representantes do TRF-1, mas que não pretende levar em conta o argumento de alguns arrozeiros que só poderiam deixar a região depois de finalizado o período de colheita.

"Quem plantou nas terras sob litígio e debaixo de condições tão evidentes de retirada, o fez por sua conta e risco", afirmou Ayres Britto.

Durante o julgamento nesta quinta-feira, Ayres Britto recomendou um prazo de 15 dias de prazo para que os não índios deixem a região. Mas outros ministros discordaram e ficou definido que o prazo seria fixado em parceria com o Ministério da Justiça e o TRF-1.

Ayres Britto afirmou ainda que a discussão sobre o pagamento de indenizações não será conduzido pela Suprema Corte. "É algo paralelo, que corre na Justiça comum, não tem nada a ver com o Supremo Tribunal Federal, se resolve por outras vias", disse ele.

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