Os altos preços e as dificuldades para a aquisição de boi gordo no mercado interno levaram a Perdigão a rever sua estratégia de expansão para a divisão de bovinos no país. A empresa alterou os planos iniciais de chegar ao abate de 6 mil animais por dia até 2011 em três unidades espalhadas por três Estados distintos. A empresa fechou a compra de um frigorífico em Goiás, mas decidiu aguardar a "normalização" do mercado para formalizar o negócio e iniciar as novas operações. Também decidiu paralisar temporariamente a ampliação da planta de Mirassol D'Oeste (MT), onde pretendia ampliar o abate diário de 450 para 2 mil animais. A direção suspendeu, ainda, a busca para a aquisição de nova unidade em um terceiro Estado - havia negociações para adquirir instalações em Rondônia, Pará e Tocantins. "O mercado está complicado. Tem muito frigorífico novo entrando e não tem oferta de boi no mercado. Vamos esperar até haver uma normalização", disse o diretor de Novos Negócios da Perdigão, Nelson Vas Hacklauer, ao Valor. O executivo não diz que unidade frigorífica foi adquirida em Goiás. No Estado, o Margen tem planta em Rio Verde, onde a Perdigão possui complexo industrial.
A unidade de Mirassol D'Oeste, comprada em 2007 por R$ 100 milhões da Valore Participações e Empreendimentos, que operava sob a marca Unifrigo, sofreu mudanças nos planos originais em razão das dificuldades conjunturais de mercado. "Precisamos de, no mínimo, duas mil cabeças para rodar a operação. Temos que ter escala", afirma Hacklauer. A procura por uma terceira unidade em novas fronteiras de produção pecuária, como Rondônia, Pará ou Tocantins, foi motivada pela necessidade de evitar a concentração das operações no Centro-Sul e para driblar eventuais problemas sanitários com determinado Estado ou região. "Mas também suspendemos essa busca até que a situação da oferta de gado esteja mais clara", diz o diretor. Alguns analistas de mercado avaliam que a Perdigão congelou os planos para bovinos em função dos resultados financeiros insuficientes dessa divisão de negócios, sobretudo em Mirassol D´Oeste. Quem acompanha os passos da empresa avalia que a cautela seria justificada por melhores oportunidades de negócio em 2009, quando alguns frigoríficos de bovinos devem ser vendidos em razão das dificuldades do setor neste ano.
Fonte : Valor Econômico
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