Gilberto Ramos - economista e empresário.
Etimológicamente a palavra salário vem de sal. Na antiguidade, como não havia moeda como instrumento de valoração e troca, usava-se a pitada de sal como expressão de valor. Sob a ótica econômica há duas formas de salário: o nominal e o real. O salário nominal representa a quantidade de moedas que o governo informa, por decreto, que o trabalhador recebe como ordenado (semanal, quinzenal ou mensal); já o salário real representa o poder de compra do ordenado. Vamos imaginar que o salário mínimo de R$ 240,00 seja capaz de comprar 10 cestas básicas em abril e possa, com os mesmos R$ 240,00, comprar 11 cestas básicas em maio. Isto quer dizer que o salário mínimo real aumentou 10% embora o salário nominal continue nos mesmos R$ 240,00. Em outras palavras: é mais consistente o aumento salarial pela redução dos preços do que pelo ilusório crescimento do salário nominal.
Pois os metalúrgicos do Rio querem antecipar a data base do reajuste previsto para outubro, ignorando a diferença entre salário nominal e salário real. Isso terá um efeito em cascata nas demais categorias, provocando um efeito tenebroso nas relações entre patrões e empregados e, principalmente, soprando a lenha na fogueira da inflação. Parece que estamos voltando na roda do tempo e revivendo a velha indexação ou "gatilho salarial". Nada mais ilusório e nefasto para o poder de compra dos salários que a inflação de custos se encarregará de corroer. Figurativamente, é como o cachorro tentando morder o próprio rabo: vai ficar tonto de tanto rodopiar.
O importante numa política salarial racional é aumentar a produtividade da mão de obra e, sobretudo, dar participação aos empregados no lucro adicional das empresas. O LUCRO, ALIÁS, SÓ SE JUSTIFICA PELA SUA APLICAÇÃO SOCIAL. A antecipação pretendida pelos metalúrgicos não pode ser justificada somente pela inflação ocorrida após o último reajuste, é preciso contabilizar a possível oscilação da produtividade caso a caso, empresa por empresa, pois a questão salarial não deve ser tratada linearmente. Se essa moda de antecipar a data-base de reajuste virar rotina, o governo Lula e o controle da inflação podem sofrer um grande e indesejável desgaste. Nada mais indesejável neste início de governo banhado de tantas esperanças.
Etimológicamente a palavra salário vem de sal. Na antiguidade, como não havia moeda como instrumento de valoração e troca, usava-se a pitada de sal como expressão de valor. Sob a ótica econômica há duas formas de salário: o nominal e o real. O salário nominal representa a quantidade de moedas que o governo informa, por decreto, que o trabalhador recebe como ordenado (semanal, quinzenal ou mensal); já o salário real representa o poder de compra do ordenado. Vamos imaginar que o salário mínimo de R$ 240,00 seja capaz de comprar 10 cestas básicas em abril e possa, com os mesmos R$ 240,00, comprar 11 cestas básicas em maio. Isto quer dizer que o salário mínimo real aumentou 10% embora o salário nominal continue nos mesmos R$ 240,00. Em outras palavras: é mais consistente o aumento salarial pela redução dos preços do que pelo ilusório crescimento do salário nominal.
Pois os metalúrgicos do Rio querem antecipar a data base do reajuste previsto para outubro, ignorando a diferença entre salário nominal e salário real. Isso terá um efeito em cascata nas demais categorias, provocando um efeito tenebroso nas relações entre patrões e empregados e, principalmente, soprando a lenha na fogueira da inflação. Parece que estamos voltando na roda do tempo e revivendo a velha indexação ou "gatilho salarial". Nada mais ilusório e nefasto para o poder de compra dos salários que a inflação de custos se encarregará de corroer. Figurativamente, é como o cachorro tentando morder o próprio rabo: vai ficar tonto de tanto rodopiar.
O importante numa política salarial racional é aumentar a produtividade da mão de obra e, sobretudo, dar participação aos empregados no lucro adicional das empresas. O LUCRO, ALIÁS, SÓ SE JUSTIFICA PELA SUA APLICAÇÃO SOCIAL. A antecipação pretendida pelos metalúrgicos não pode ser justificada somente pela inflação ocorrida após o último reajuste, é preciso contabilizar a possível oscilação da produtividade caso a caso, empresa por empresa, pois a questão salarial não deve ser tratada linearmente. Se essa moda de antecipar a data-base de reajuste virar rotina, o governo Lula e o controle da inflação podem sofrer um grande e indesejável desgaste. Nada mais indesejável neste início de governo banhado de tantas esperanças.
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