Renata Ramos, JB Online
RIO - Em 2008 foram registrados 30 casos de pacientes infectados pela bactéria causadora da febre maculosa no país - doença responsável pela morte do sul-africano William Erasmus na semana passada. Desses, 17 no Rio. O primeiro caso no Brasil data de 1929. Em 11 anos foram registrados 641 casos, principalmente em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. O número de mortes chegou a 30%.
- A doença acontece em todo o mundo. Não há risco de transmissão de pessoa para pessoa. Ela só é feita pelo contati com o carrapato infectado - explica Eduardo Hage, diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
São 20 espécies de bactérias do gênero ricketssia, que podem causar a febre maculosa. É necessário que o carrapato permaneça aderido à pelo por algumas horas para a infecção.
- Existem casos remotos em que o contato da secreção do carrapado com a pele lesionada também tenha causado a febre maculosa - disse Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hentaviroses e Rickettsioses.
Existe cura para a doença, através de antibióticos. Mas como os resultados dos exames são demorados, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes. Os sintomas aparecem de dois a 15 dias após o contato com o carrapato infectado.
- É muito importante que os médicos conversem com os pacientes que apresentem os sintomas para saber se o paciente esteve exposto ao carrapato - alerta Elba.
Os sintomas iniciais são febre alta e dores de cabeça, podendo haver dores musculares e prostação. Com a evolução do quadro, podem ocorrer hemorragias, náuseas e vômitos. Outro sintoma importante para o diagnóstico são manchas semelhantes às ocasionadas pelo sarampo. Raramente aparecem no rosto e sim na planta dos pés e na palma das mãos.
- Não podemos dizer que o caso do sul-africano foi clássico - contou Ary Miranda, vice-presidente de Serviços de Referência e Ambiente da Fiocruz.
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