terça-feira, 9 de setembro de 2008

LHC vai alimentar rede de 60 mil computadores

Para alegria dos físicos, a máquina mais poderosa do mundo, o LHC (Grande Colisor de Hádrons, na sigla em inglês) será ligada amanhã.
O choque desses compostos de prótons e nêutrons (partículas da classe dos hádrons) vai gerar uma quantidade tão descomunal de dados que não será possível processá-los só nas máquinas do próprio LHC, na divisa da Suíça com a França.

Imã gigantesco é instalado em uma das cavernas do LHC (Grande Colisor de Hádrons), a máquina mais poderosa do mundo
As partículas vão correr umas contra as outras em um túnel de 27 km de extensão, que tem algumas partes resfriadas a -271,25ºC. Os resultados oriundos dessas colisões, entretanto, vão seguir pelo mundo todo.
A grade do LHC terá 60 mil computadores. O objetivo da construção do complexo franco-suíço, que custou US$ 10 bilhões e é administrado pelo Cern (Organização Européia de Pesquisa Nuclear, na sigla em inglês), é revolucionar a forma de se enxergar o Universo.
O processamento pesado de dados é necessário para que os cientistas possam se encontrar nas montanhas de informações que serão produzidas quando os quatro grandes detectores do LHC --dez vezes mais preciso do que qualquer outro instrumento-- começarem a fazer medições em nível subatômico.
"Você pode pensar que cada experimento é uma câmera digital gigante com 150 milhões de pixels tomando imagens 600 milhões de vezes por segundo", afirma Ian Bird, líder do projeto Grid.
Milhões de DVDs
Não é qualquer dado que vai chegar aos milhares de computadores ligados ao LHC. Sofisticados filtros vão fazer uma triagem prévia das informações. Mesmo assim, sobrarão 15 petabytes anualmente para serem trabalhados, que passarão por uma espécie de pente fino. Isso é suficiente para ocupar 2 milhões de DVDs.
Os dados, então, serão enviados por linhas de alta velocidade para 11 instituições na Europa, América do Norte e Ásia. Destes locais, as informações serão distribuídas para mais de 150 centros científicos. O Brasil, apesar de não ser membro do Cern, tem cientistas e estudantes contribuindo nos detectores do LHC.

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