terça-feira, 5 de junho de 2007

Presos 77 acusados de tráfico, contrabando e corrupção em seis EstadosDa


AE - Campo Grande - A Polícia Federal desencadeou hoje, a partir de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a Operação Xeque-Mate. De um total de 120 acusados que estão na lista das prisões, 77 foram presos em seis Estados, entre eles dois ex-deputados, oficiais da Polícia Militar, delegado de polícia, advogados e empresários.

Eles responderão por tráfico de drogas contrabando, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, formação de quadrilha, tráfico de influência, exploração de prestígio e até tortura. Segundo o coordenador da operação, delegado Alexandre Custódio, as prisões foram acompanhadas de apreensões de dezenas de carros de luxo, utilitários, caminhões, além de uma quantia ainda não calculada de ouro, dólares, reais e máquinas caça-níqueis.

O ex-deputado estadual por Mato Grosso do Sul, Roberto Razuk, (ex-PFL) foi detido em Dourados, sul do MS. Já o ex-deputado federal pelo Paraná, Nilton César Servo (PSB), conseguiu escapar ao cerco. Ele é acusado de ser um dos principais exploradores da máfia dos caça-níqueis. Os federais chegaram na casa de Servo por volta de 7h e encontraram no local Nilton César Servo Filho, a esposa e três funcionários. Também foram presos o tenente-coronel-PM Marmo Marcelino de Arruda, o coronel Edson da Silva, que seria dono de chácara onde a Polícia Federal apreendeu caça-níqueis no fim do ano passado; o major Sérgio Roberto Carvalho, que já cumpriu pena por tráfico de drogas e o delegado titular da Delegacia Especializada de Ordem Polícia e Social, Fernando Augusto Soares Martins.

A maioria dos acusados que foram presos é de Mato Grosso do Sul. Um grupo de 13 é de São Paulo, um é do Mato Grosso e dois do Paraná, um do Distrito Federal e um de Rondônia. A Operação Xeque-Mate contou com 600 policiais de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais. A PF explicou que as investigações envolvem dois inquéritos e suas ações coincidiam com os atos criminosos de cinco grupos existentes nos Estados envolvidos na operação, ligados à "máfia dos caça-níqueis". Inicialmente, o trabalho policial estava concentrado no contrabando e descaminho de mercadorias, principalmente na introdução de armas estrangeiras de forma ilegal no País. Dessa forma surgiu o primeiro inquérito policial.

O segundo visa apurar a corrupção de policiais civis e envolvimento com tráfico de drogas no Estado do Mato Grosso do Sul, mais especificamente no município de Três Lagoas. Alertando que o trabalho que é feito sob segredo de justiça, portanto evitando citar nomes, o delegado Custódio disse que em Três lagoas, na divisa com São Paulo, por exemplo, foram identificados casos de tortura entre os grupos.

Nove advogados estão envolvidos, juntamente com policiais civis e agentes carcerários no recebimento de propinas para manter as caças-níveis funcionando e facilitar a entrada de peças compradas em São Paulo, principalmente na região do ABC.

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