terça-feira, 13 de maio de 2008

CPI encontra pedofilia em mais de 500 perfis do Orkut

O senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia, afirmou nesta terça-feira (6) que mais de 500 usuários do Orkut foram flagrados em crime de pedofilia. Eles estão entre os donos de 3.261 álbuns privados do portal que tiveram o sigilo quebrado pela comissão.
Segundo a Agência Senado, em entrevista concedida ao final de reunião da CPI, Magno afirmou que integrantes da CPI vão informar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito dos "alvos abertos" pelas investigações. Ele ressaltou que os senadores precisam de apoio de Lula para aprovar as mudanças na legislação que a comissão vai sugerir.
No último dia 23 de abril, o Google, dono do Orkut, entregou à CPI os dados referentes aos álbuns privados que tiveram o sigilo quebrado. Entre as informações estavam dados de acesso e fotos presentes nesses álbuns.
Com base nessas informações, a CPI investiga os responsáveis pela divulgação de imagens ou informações que fazem alusão à pedofilia para pedir o indiciamento dos envolvidos.
"Nós chegaremos a todos os responsáveis. Haverá uma grande operação contra pedófilos no Brasil e em outros países. Agora temos a possibilidade de punir os pedófilos e colocá-los no seu devido lugar", afirmou Magno, no dia da entrega dos dados.
Lacre
Os álbuns que tiveram o sigilo quebrado foram denunciados à ONG Safernet. As fotos são protegidas por um sistema de privacidade do Orkut em que os usuários podem "trancar" seu álbum e a página de recados, deixando o acesso restrito a amigos adicionados no perfil.
Segundo denúncias à Safernet, o sistema é usado por criminosos para compartilhar fotos de pornografia infantil sem serem vistos por outros usuários e pelas autoridades.
O Google firmou o compromisso junto à CPI de implementar um conjunto de medidas que coíbam crimes de pedofilia na rede. No pacote, estão previstas ações como um filtro de imagens para impedir a divulgação de conteúdo criminoso; a preservação do registro de computadores utilizados para o acesso ao Orkut por seis meses e a disposição em firmar acordos internacionais para o combate aos crimes na internet.
Desde 2006, o Orkut é o campeão de ações do Ministério Público Federal de São Paulo no que se refere à pornografia infantil. Em 2007, dos 355 novos procedimentos judiciais encabeçados pela instituição nessa área, 287 eram referentes ao portal.

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