Guilherme Pavarin, de INFO Online
Wikimedia Commons |
Rupert Murdoch, CEO da NewsCorp.: ele quer retirar ós conteúdos jornalísticos de sua marca do Google; efeito pode ser uma redução limitada de acessos |
SÃO PAULO – Se Rupert Murdoch, dono do grupo NewsCorp, influenciasse a indústria jornalística brasileira a retirar os resultados do Google, suas visitas poderiam ser reduzidas a dois terços do que é hoje.
A premissa vem dos resultados de um estudo feito pela Serasa Experian Hitwise com 60 mil sites do Brasil, que coloca o Google como gerador de 33,86% do tráfego de sites noticiosos.
Pode não parecer muito, mas, comparado com seis meses atrás, o número de acessos a conteúdos jornalísticos pelo maior site de buscas da rede cresceu 17% no país.
A evolução só não foi maior do que o tráfego gerado por redes sociais, segundo a pesquisa; Twitter, orkut, Facebook e outras redirecionaram 17,48% mais tráfego nos últimos sete meses, quando representava 6,85% das visitas totais.
Por outro lado, o que traz uma certa autonomia às empresas produtoras de conteúdo é o fato de que, hoje, 65% dos acessos a páginas noticiosas via Google é feito a partir de palavras relacionadas a marcas e endereços dos próprios sites jornalísticos (como, por exemplo: Folha, Folha de S. Paulo, e etc).
índice é similar à pesquisa americana que constatou que 62% das entradas pelo Google no site do The Wall Street Journal, de Murdoch, são feitas por palavras ligadas à marca ou ao seu endereço na web (exemplo: “Wall Street Journal” ou “wsj.com”).
Isso significa, segundo a Serasa Experian Hitwise, que, no mundo, há uma fidelidade dos usuários à marca jornalística. Sendo assim, o “bloqueio de notícias no Google” teria uma perda de tráfego limitada, não tão brusca quanto muitos imaginam.
Motivada por isso, talvez, nesta semana, a News Corp. declarou que não só pretende retirar seu conteúdo dos resultados de pesquisas feitas com o mecanismo do Google, como também está conversando com a Microsoft a respeito de um possível acordo financeiro que desse exclusividade ao seu buscador, Bing.
Muitas outras empresas de mídia estão considerando cobrar pelo acesso ao seu material online, depois de serem afetadas pela diminuição drástica da publicidade dos títulos impressos.
No Brasil, o Grupo Estado, semana passada, declarou publicamente que “vai continuar 100% aberto e grátis”.
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