segunda-feira, 8 de setembro de 2008

15 dias após demissão de reitor, Unifesp é apontada a melhor do Brasil

Ranking foi divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Ministério da Educação.PUC-Rio, em 9º, é única particular top 10. USP e Unicamp não participam.
Fernanda Bassette Do G1, em São Paulo
Tamanho da letra
As 10 melhores universidades do Brasil
Nome
UF
Tipo
Pontos
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
SP
Federal
439
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
RS
Federal
425
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
MG
Federal
417
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
MG
Federal
414
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
RS
Federal
410
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
MG
Federal
402
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
RJ
Federal
392
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
SP
Federal
390
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
RJ
Privada
385
Universidade Federal de Itajubá (Unifei)
MG
Federal
381
Duas semanas depois de o então reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) -Ulysses Fagundes Neto - pedir demissão do cargo junto com toda a alta cúpula da universidade por suspeitas de mau uso do cartão corporativo, ela foi apontada como a melhor universidade do Brasil, segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) - um novo indicador lançado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta segunda-feira (8).

Das dez primeiras colocadas, nove são federais, sendo quatro do estado de Minas Gerais. A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) é a única instituição particular que está entre as dez, segundo o índice. Ela alcançou 385 pontos na escala e está oito posições atrás da Unifesp.

O ranking - que é o primeiro considerado oficial pelo MEC - separou as universidades, os centros universitários e as faculdades e institutos para evitar discrepância nos dados. Esta reportagem relata os resultados das universidades.

Entre os centros universitários, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (Cefet-SC), lidera. Já entre as faculdades isoladas e institutos, a primeira da lista é a Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio. O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), aparece na quinta colocação. Confira aqui o ranking dos centros universitários e das faculdades.


saiba mais
Para alunos, 1º lugar da Unifesp abre portas e chega em 'momento estratégico'
Ministério da Educação aprova nome de reitor interino da Unifesp
Após renúncia do reitor, cúpula da Unifesp também entrega cargo
Vice-reitor da Unifesp também deve deixar cargo nesta quarta
Reitor da Unifesp diz que renuncia para se defender
Após reitor pedir demissão, estudantes se reúnem na Unifesp
Denúncias levam reitor da Unifesp a deixar o cargo
Cefets lideram qualidade entre centros universitários
A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não fazem parte do ranking porque elas não participam do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) - um dos índices usados no cálculo do IGC.


A Unifesp alcançou 439 pontos em uma escala entre 0 e 500 pontos possíveis e é considerada pelo MEC a 'top' das universidades do país. “Certamente, estes resultados têm a ver com o passado da universidade. Estamos medindo hoje uma coisa do passado, que diz respeito às últimas gestões. O resultado legitima o trabalho da universidade toda”, afirma a pró-reitora de graduação temporária, Lúcia de Oliveira Sampaio.

Segundo ela, a crise política que culminou com a renúncia do então reitor está relacionada aos gastos da instituição, se eles foram feitos de maneira correta ou não. “A avaliação tem um outro sentido, que mostra se a universidade está indo bem ou não. E os resultados mostram que a Unifesp está indo bem”, aponta. O bom resultado, para Lúcia, “não é de todo inesperado”. “A Unifesp teve sempre boas graduações e uma pós-graduação muito grande. Sempre foi prestigiosa. Nos últimos três anos é que houve uma expansão para outras áreas do conhecimento. Espero que ela tenha o mesmo caminho da tradição que tem sido colocada nos últimos anos.”

Minas tem 4 no 'top 10'
Entre as dez melhores universidades do país, quatro estão em Minas Gerais. São elas: Universidade Federal de Viçosa (UFV), com 417 pontos; Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 414 pontos; Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), com 402 pontos e Universidade Federal de Itajubá (Unifei), com 381 pontos na escala.

Ainda entre as dez melhores, o Estado de São Paulo tem a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o Estado do Rio de Janeiro tem a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Estado do Rio Grande do Sul tem duas universidades consideradas top: a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Veja aqui o ranking oficial do MEC (em ordem alfabética)
*o arquivo deve ser aberto em excel

São Paulo concentra 4 das 10 piores
Apesar de a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) ser considerada a pior universidade do país - com 149 pontos na escala de 500 possíveis, o Estado de São Paulo concentra quatro das dez piores universidades.

As quatro universidades paulistas que estão na "lanterna" são particulares. São elas: Universidade do Grande ABC (UniABC), que somou 169 pontos; seguida da Universidade de Santo Amaro (Unisa), que está com 173 pontos; a Universidade Ibirapuera (UNIb), com 183 pontos e a Universidade Bandeirantes de São Paulo (UniBan), que tem 195 pontos.

Como funciona o IGC
Segundo o Inep, o IGC é um indicador que engloba em um único índice a qualidade dos cursos de graduação, mestrado e doutorado de cada instituição de ensino superior do do Brasil. Ao todo, 173 universidades, 131 centros universitários e 1.144 faculdades, institutos isolados e outras modalidades de ensino superior foram avaliados.
Segundo o Inep, o IGC de cada instituição inclui a qualidade de todos os seus cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos na totalidade de campi e municípios onde a instituição atua.

Para chegar na nota, o cálculo levou em consideração a média dos Conceitos Preliminares de Curso (CPCs) da instituição – componente relativo à graduação e à nota do aluno no Enade – e o conceito fixado pela Capes para a pós-graduação.

A média dos conceitos dos cursos é ponderada pela distribuição dos alunos entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado). Para esta primeira divulgação do IGC, foram utilizados os CPCs referentes às edições do Enade no período de 2005 a 2007.

O CPC considera, além de resultados de avaliação de desempenho de estudantes, infra-estrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente. A nota da Capes é referente à avaliação do triênio de 2004 a 2006.

Nem todas conseguiram o IGC
Do total de 1.837 instituições cadastradas no MEC em 2008, 78,8% têm IGC. As que ainda não tiveram o seu indicador calculado são instituições novas, que não possuem concluintes em seus cursos e não têm a nota do Enade, por exemplo.

Nenhum comentário: