Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2008, o país é o segundo maior consumidor da droga das Américas, com 870 mil usuários, atrás dos Estados Unidos, com seis milhões.
Pesquisas domiciliares conduzidas no Brasil e citadas pelo estudo revelaram um aumento de 0,4% para 0,7% no consumo da droga entre 2001 e 2005 entre pessoas na faixa etária dos 12 a 65 anos.
O documento indica que "as crescentes atividades de grupos que traficam cocaína nos Estados da região sudeste impulsionam a oferta da droga".
"O território do Brasil é constantemente explorado por organizações criminosas internacionais que buscam pontos de rota para envio de cocaína proveniente da Colômbia, Bolívia e Peru para a Europa", diz o relatório. "É provável que isso tenha trazido mais cocaína para o mercado local."
O estudo mostra que as regiões Sudeste e Sul do país reúnem o maior número de consumidores de cocaína.
No Sudeste, 3,7% da população com idade entre 12 e 65 anos usam a droga, enquanto que no Sul esse índice é de 3,1%.
No Nordeste e Norte do Brasil, a taxa é de 1,2% e 1,3%, respectivamente.
O UNODC ainda destaca que as maiores apreensões em plantações de maconha na América do Sul são feitas no Brasil, com 167 toneladas métricas recolhidas. Logo atrás vem a Bolívia (125), seguida pela Colômbia (110) e a Argentina (76).
O relatório alerta para o recente aumento no fornecimento de drogas provenientes do Afeganistão e da Colômbia.
Em 2007, o Afeganistão registrou uma colheita recorde de ópio, praticamente dobrando a produção ilegal da droga desde 2005.
O país asiático continua sendo o "maior problema" na luta contra as drogas porque responde por mais de 90% da produção global de ópio, diz o estudo. Segundo o relatório, a maior parte do cultivo (80%) está concentrada em cinco províncias do sul do país controladas pelo grupo Talebã.
A mesma tendência de crescimento foi observada na Colômbia, onde o cultivo da coca aumentou 27% em relação ao relatório anterior.
"Na Colômbia, assim como no Afeganistão, as regiões onde a coca mais cresce estão sobre o controle dos insurgentes", diz o diretor-executivo do UNODC, Antonio Maria Costa, em referência aos rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O relatório cita os esforços do governo colombiano em combater a guerrilha, que recentemente perdeu alguns de seus comandantes, forçando seu recuo para áreas isoladas da selva.
"Os sinais de que o grupo está sendo desmantelado alimentam as esperanças de que as autoridades terão mais facilidades para controlar o cultivo", diz Maria Costa.
Ainda assim, o diretor da UNODC salienta que "fica o alerta de que o aumento recente no fornecimento de drogas pelo Afeganistão e pela Colômbia pode elevar a taxa de dependentes devido a preços mais baixos e maior pureza das doses".
O relatório da ONU faz menções ao número de usuários de drogas em todo o mundo.
Segundo os dados recolhidos pela UNODC, há atualmente cerca de 26 milhões de dependentes, o equivalente a 0,6% da população mundial.
Ainda segundo o estudo, uma em cada 20 pessoas usou drogas pelo menos uma vez nos últimos 12 meses.
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